O ano de 1991 contou com diversas visitas ilustres no Espírito Santo: o papa João Paulo II, o presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e o herdeiro do trono britânico, o príncipe Charles. Este, aliás, foi a Aracruz e lá plantou uma árvore, um pau-brasil.
Nesta quinta-feira (4), o governador Renato Casagrande (PSB), que está na Escócia para participar da COP-26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), mostrou uma foto ao príncipe de como ficou a árvore 30 anos depois:
Espera-se que a ida a Glasgow renda frutos. E não estou falando do fruto do pau-brasil, que é uma espécie de vagem. A estratégia dos governadores, que se reuniram com Charles na ausência de Bolsonaro – o presidente da República não foi à COP – é que o futuro monarca ajude a atrair recursos para o financiamento de projetos ambientais no Brasil.
Casagrande, que preside o Consórcio Brasil Verde, uma iniciativa dos governadores, viajou para a Europa no último dia 29. Quem está à frente do Executivo estadual é a vice, agora governadora em exercício, Jacqueline Moraes (PSB).
E os críticos de Casagrande não perderam a oportunidade. Basicamente, a tônica é a seguinte: "Tal coisa acontecendo no Espírito Santo e o governado está na Europa".
"Tal coisa" pode ser qualquer dissabor doméstico, depende de quem critica, mas frequentemente trata-se de episódios de crimes cometidos em terras capixabas. "Foi passear na Escócia por nove dias com o dinheiro do povo", bradou Capitão Assumção (Patriota) esses dias na Assembleia Legislativa.
Sob o governo de Jair Bolsonaro, o filme do Brasil (e as florestas também) anda meio queimado no exterior quando o assunto é o meio ambiente.
Na COP, no entanto, apesar dos diálogos travados por governadores, quem tem o poder da caneta para aderir ou não a iniciativas com o objetivo de refrear as mudanças climáticas é o governo federal. Lá, quem representa o país são o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o das Relações Exteriores, Carlos Alberto França.
O Brasil se comprometeu, durante a conferência, com o corte em 30% de emissões de metano até 2030. O gás corresponde a 17% das emissões causadoras do efeito estufa e é mais nocivo que o gás carbônico. O acordo não prevê punições a quem o descumpra e há certo ceticismo sobre o empenho brasileiro em alcançar o percentual. Vamos deixar a meta aberta ...
China, Índia e Rússia ficaram de fora do acordo.
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