O desaquecimento do mercado de aço no Brasil e no mundo, a persistente crise econômica nacional e o desastre de Brumadinho, que impactou nos preços do minério matéria-prima para a fabricação do aço , são alguns dos fatores que levaram a ArcelorMittal Tubarão a antecipar a parada programada de um dos seus altos-fornos.
Previsto inicialmente para ter as atividades interrompidas no segundo semestre, o alto-forno 2 que tem uma capacidade de produzir 1,2 milhão de toneladas de ferro-gusa por ano está paralisado desde junho. Mas é só agora em agosto que ele terá suas obras de manutenção iniciadas.
Questionada pela coluna se o rompimento da barragem de Brumadinho causou uma redução, pela Vale, no fornecimento de minério de ferro e pelotas e, se isso teria contribuído para a revisão do cronograma, a Arcelor garantiu que não. Já, ao ser perguntada sobre impactos nos preços, a siderúrgica explicou que não comenta sobre valores de mercado.
Mas uma fonte ligada à companhia contou que o preço do minério foi levado em consideração para antecipar a parada do alto-forno 2. Só para se ter uma ideia, antes de Brumadinho, o minério valia US$ 60 a tonelada e, após a tragédia, passou a valer US$ 100 a US$ 110, segundo informações do Instituto Aço Brasil.
Obras
Além da reforma do alto-forno 2, a máquina de lingotamento contínuo 2 também vai passar por adequações. Segundo a Arcelor, aproximadamente 1.100 trabalhadores serão demandados nas obras que vão acontecer deste mês até outubro. Os dois trabalhos serão realizados pela empresa capixaba Imetame.
Alerta
A ArcelorMittal Tubarão ao realizar a parada das suas plantas não está fazendo nada de errado. Aliás, a interrupção de atividades é procedimento natural e necessário em qualquer indústria e cabe ao acionista defini-la.
Mas com os números ruins que a economia capixaba continua colecionando, a parada dos equipamentos é vista com atenção pelo mercado, que já vem acompanhando uma brusca queda na produção industrial em diferentes setores ao longo de 2019. De janeiro a junho deste ano o Espírito Santo amarga o pior resultado do país, com um recuo de 12% na produção industrial. Ninguém quer que o segundo semestre siga o mesmo rumo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta