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Gestão é o caminho ao futebol brasileiro. Avançamos, mas precisa ir além

Gestão é o caminho ao futebol brasileiro. Avançamos, mas precisa ir além

Clubes que colocaram gestores competentes à frente colhem bons resultados e vislumbram um futuro próximo vitorioso; falta, porém, expandir isso a todas as áreas do futebol

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 15:29

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Libertadores: Palmeiras x Flamengo
Bem administrado há anos, o Palmeiras chegou ao bicampeonato da Libertadores e está sempre disputando na parte de cima da tabela. (Cesar Greco/ Palmeniras / Divulgação)

O futebol brasileiro segue, finalmente, a passos rápidos para a profissionalização da gestão dos clubes. E os primeiros resultados desse novo modelo são claros, a ver pelos clubes que se estruturaram previamente e que estão, após o período de ajustes, colhendo os frutos da boa gestão.

Mas esse negócio milionário ainda encontra resistência de dirigentes amadores e torcedores apaixonados que colocam o coração na frente e visam apenas o desempenho esportivo imediato, como se isso também não dependesse de organização para ser alcançado com solidez. Dois exemplos claros na atualidade nos chamam a atenção para esse conflito entre gestão e paixão.

A nova fase do Cruzeiro e a tentativa frustrada da arbitragem brasileira na implantação da tecnologia apontam para a necessidade de profissionais capacitados e com conhecimento profundo em gestão financeira e de pessoas. Ronaldo Fenômeno, além de um craque dentro de campo, tem se mostrado também um ótimo gestor ao dar um choque de ordem no clube mineiro.

As decisões frias que ele tem tomado, após um diagnóstico profundo da situação do clube, que muitas vezes desagradam os torcedores, são fundamentais a médio e longo prazo para colocar as coisas nos trilhos. A saída do goleiro Fábio, ídolo da torcida, foi uma decisão crucial que, por incrível que possa parecer, aponta para dias melhores.

Com salário de quatrocentos mil reais por mês, o jogador "quarentão" já deu sua preciosa contribuição e não se enquadra nesse momento de saneamento das despesas. Foi contratado um goleiro de grande potencial, cheio de aspirações, recebendo muito menos que o seu antecessor. Fábio deve ser reverenciado e homenageado sempre, mas foi muito bem pago até então e chegou a hora de renovar a forma de gerir o clube. O torcedor precisa saber e entender o momento.

AMADORISMO RESISTENTE

Por outro lado, a arbitragem brasileira com dirigentes amadores, não conseguiu aproveitar a chegada da tecnologia como deveria. Colocando os pés pelas mãos, retirou a autonomia dos árbitros e apostou que o VAR resolveria todos os problemas e polêmicas. Grande engano. Tirar o poder de decisão do árbitro de campo confundiu jogadores e torcedores e todos passaram a questionar a tecnologia. Tudo que não poderia acontecer, pois assim não se acredita mais em nada e a bagunça se instala de vez. Fazer gestão passa por colocar cada coisa em seu lugar, tirando o máximo de capacidade de cada um, otimizando os resultados.

VAR
A tecnologia do VAR chegou para auxiliar a arbitragem, mas os operadores da ferramenta ainda carecem de entendimento e aplicação da mesma. (CBF/Divulgação)

O VAR é um equipamento de consulta, mas dentro de campo a decisão sempre deve ser do árbitro, que lida com a emoção dos jogadores e detém a autoridade para tomar decisões para administrar técnica e disciplinarmente o jogo. A frieza da tecnologia deveria interferir somente em lances que resultem imediatamente em gol e ponto final. Se um lance foi para cartão amarelo ou vermelho, por exemplo, compete somente ao árbitro. Da mesma forma, se uma entrada foi faltosa ou não também só compete ao árbitro decidir e não a máquina.

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O futebol é um mundo à parte, pois a figura humana e a parte emocional são componentes muito fortes. Fora de campo reina a frieza da gestão e dentro de campo a paixão e a emoção não podem deixar de existir. Lidar com essa transformação na gestão esportiva requer conhecimento prático, mas as ferramentas de gestão moderna, com profissionais preparados, chegaram para ficar.

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