Nos últimos dois meses, o governo federal autorizou a contratação de mais de 8,3 mil servidores em 41 órgãos e autarquias. A maioria das vagas será destinada a profissionais de nível superior, mas também há previsão de chances para quem tem o ensino médio.
Os editais dos concursos públicos estão previstos para serem publicados entre outubro e janeiro do ano que vem. Recentemente, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, anunciou que pretende dobrar o quantitativo de vagas já autorizadas.
Diante desse leque de possibilidades, os candidatos devem se preparar para encarar a maratona de provas que vem por aí, já que a concorrência promete ser acirrada. De acordo com as portarias que autorizam os certames, os exames devem ocorrer até dois meses após a publicação dos editais.
O especialista em concursos Alexandre Baêta lembra que vários órgãos solicitaram abertura de vagas, aumentando as chances de novas contratações.
“Trata-se de uma renovação do serviço público, uma vez que, desde 2015, estamos praticamente sem nenhum investimento nas carreiras públicas. Há uma defasagem de servidores em função de pessoas que se aposentaram, passaram em outros concursos, deixaram a carreira, entre outros motivos. É grande o número de cargos vagos na administração pública como um todo”, argumenta Baêta.
Já o especialista em gestão pública e empresarial e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Antonio Batist, aponta que a palavra para aproveitar o maior número de concursos em 2023 é a sinergia.
“A ideia é buscar pontos comuns entre conteúdos de diferentes certames, assim, a mesma preparação aumenta as chances de aprovação em até mais de um concurso ao mesmo tempo. A escolha deve ser pautada pela área ou pelo cargo. São funções próximas ou até iguais, mesmo que estejam em áreas diferentes”, destaca.
Segundo Batist, vários processos seletivos vão oferecer centenas de vagas para administrador e analista administrativo. Esses cargos serão disponibilizados, por exemplo, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Ministério de Minas e Energia.
“Note que é o mesmo cargo em áreas completamente diferentes. Em tese, o candidato se prepara para a função de administrador em dois ou três ministérios diferentes, embora tenha conteúdos próprios de cada setor”, resume Batist.
O professor lembra do concurso com 220 vagas para o posto de técnico em assuntos educacionais. Ele ressalta que este cargo é comum nos concursos para técnicos de universidade e institutos federais.”Quem já está nesse universo conhece esses postos e está preparado.”
As oportunidades serão para diversos órgãos e autarquias, atuando nas mais diferentes áreas como financeira, bancária, agências reguladoras, previdenciária e ambiental.
O especialista em concursos Alexandre Baêta alerta que os candidatos devem começar a estudar quanto antes, pois o prazo entre a publicação do edital e das provas será de apenas dois meses. Veja outras dicas do profissional:
O especialista em concursos Alexandre Baêta explica que boa parte das carreiras serão para cargos de nível superior, mas terá deverá ter algumas chances quem tem o ensino médio. As chances para profissionais com graduação estarão em áreas de humanas, exatas, ciências sociais e diversas outras formações.
Esses servidores, segundo o especialista, vão trabalhar em funções administrativas, de licitação, compras públicas, contratos, entre outros.
Para este grupo, o especialista reforça que as matérias mais comuns cobradas em provas são: Língua Portuguesa, Noções de Direito Administrativo e Constitucional, além de Informática.
“Serão muitas oportunidades para área administrativa em cargos como analista, técnico e agente”, ressalta Baêta.
Entre os concursos anunciados pelo governo federal, estão incluídos postos para quem tem nível superior em áreas específicas, como o caso de contador, economista, administrador e advogado.
“Estas são carreiras estratégicas dentro do serviço público, que precisam ser ocupadas por pessoas com formação na área”, aponta o especialista em concursos Alexandre Baêta.
Outra área com muita demanda é a de Tecnologia da Informação. Destinadas a profissionais formados em Ciências da Computação, Sistemas de Informação e Análise de Sistemas. As vagas estarão, por exemplo, no Ministério de Ciência e Tecnologia. O órgão vai contratar mais de 800 novos profissionais.
E como a administração pública realiza muitas obras, será necessário também a contratação de engenheiros. Neste caso, as chances são para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
“O governo pretende retomar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por isso a necessidade de especialista em obras para atuar em projetos de infraestrutura”, observa Baêta.
O governo autorizou a contratação de novos servidores em oito agências reguladoras, que foram criadas no final dos anos 90, quando houve processo de privatização e que o Estado deixou de ser o prestador de serviço e passou a fiscalizar para garantir que o mercado funcione de maneira adequada.
Todos os cargos serão para quem tem nível superior, com exceção da Anatel que também terá funções de nível médio. “A carreira será de especialista, portanto, vai exigir formação na área de atuação de cada autarquia”, ressalta Baêta.
Para esse grupo, será cobrado, além dos conhecimentos específicos, Língua Portuguesa, Noções de Economia, de Contabilidade Pública, de Orçamento e Finanças, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Noções de Administração Geral e Pública.
“Apesar de mercados diferentes, a base de estudo das disciplinas é a mesma. Aconselho que os candidatos deixem para estudar a lei específica quando o edital sair”, afirma.
Após muitos anos sem concurso para a Secretaria do Tesouro Nacional e analista de planejamento, as chances serão para quem tem domínio em Ciências Contábeis e Economia voltados para Finanças Públicas.
Segundo o especialista em concursos públicos, Alexandre Baêta esta é uma área de atuação interessante para analistas que vão atuar no desenvolvimento das ações financeiras e orçamentárias do governo federal.
“Trata-se de posições estratégicas porque eles farão a gestão dos recursos públicos que é a base para as realizações das ações do governo”, complementa.
Para este grupo, os estudos devem ser direcionados para Matemática, Raciocínio Lógico e Contabilidade Geral.
As vagas estarão no Banco Central, que é responsável pela emissão de moedas e análise da taxa de juros, e na Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que regula os valores imobiliários, o capital de grande empresas, investimentos aplicados em instituições, movimentações do mercado financeiro de empresas que têm capital aberto, entre outras atribuições. Em ambos os cargos, os salários são os principais atrativos das carreiras.
Todas as oportunidades são voltadas para o mercado financeiro. Por isso, o foco deve ser voltado para as disciplinas de economia, finanças, contabilidade, finanças públicas e legislação do mercado financeiro.
Concursos na área ambiental também estão em alta, com certames nos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. As chances são para profissionais de zootecnia, veterinária, química, analista ambiental, entre outras oportunidades.
“Esse é um setor em alta até porque o Brasil assumiu compromissos internacionais de resgate do meio ambiente”, afirma Baêta.
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