Cansaço e esgotamento podem afetar a rotina de diversos trabalhadores e ainda colocar em cheque a produtividade no ambiente corporativo. Entretanto, para que o problema não se transforme em consequências mais sérias como a Síndrome de Burnout, é necessário adotar rotinas que possam aliviar os sintomas e melhorar a vida profissional.
Especialistas alertam sobre a importância de adotar hábitos mais saudáveis como a inclusão da prática da atividade física, meditação, trabalhar a espiritualidade, dormir bem, desenvolver atividades por hobbie e fazer uma boa gestão do tempo.
“A pessoa que só trabalha tem alguma coisa errada”, comenta a doutora especialista em psiquiatria e medicina do trabalho Letícia Maria Akel Mameri.
Burnout também é conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Quem sofre com este problema sente um cansaço físico e mental, sempre associado ao trabalho. Em outras palavras, é como se o cérebro chegasse ao limite, assim como o restante do corpo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a síndrome como doença ocupacional. A determinação passou a valer em 1º de janeiro de 2022.
Os principais sintomas da Síndrome de Burnout são:
A síndrome é uma reunião de vários sintomas provenientes de outros fatores como o estresse crônico proveniente do trabalho, conforme explica o psicólogo ocupacional Daniel Libardi.
“É essencial que as empresas passem a dar atenção aos fatores organizacionais e psicossociais a fim de evitar esse tipo de problema. Antes de mais nada, é importante respeitar as pautas e investir nos processos de lideranças para que a chefia entenda questões que tenham a ver com a vida pessoal daquele colaborador”, observa.
Embora toda a demanda legal seja da empresa, Libardi destaca que a responsabilidade também é do trabalhador. De acordo com o especialista, vivemos em uma sociedade onde o trabalho é o aspecto central da vida das pessoas.
“Nem todas as fichas devem estar no trabalho. Nos dedicamos à carreira, a ser melhor, a ter alto desempenho, porém há um limite para isso. Por paixão ou por compulsão, muitos estão trabalhando por necessidade até para conquistar o que desejam. Quando apostamos tudo no trabalho, a tendência é se frustrar ou decepcionar se o resultado não é o esperado. O mau gerenciamento é o cenário propício para o adoecimento”, comenta.
A professora especialista em segurança do trabalho Heloísa Guimarães complementa que o Burnout já é discutido pelas empresas há algum tempo e que este é um distúrbio psíquico causado pela exaustão do colaborador.
“Apesar de as raízes serem o ambiente de trabalho, a doença afeta outras esferas da vida de um indivíduo, prejudicando relacionamentos familiares e trazendo chances de desenvolver até mesmo o aumento da pressão arterial, o que levaria a distúrbios cardíacos, dermatológicos e psicossomáticos”, comenta.
Para a professora, as mudanças propostas pela OMS faz com que haja a necessidade das organizações ampliarem as discussões dentro do ambiente corporativo. Algumas companhias já criaram diretorias específicas de saúde mental, com o objetivo de entender mais sobre o tema e criar ações concretas para atender os colaboradores.
“Investir em bem-estar nas equipes deve ser uma das estratégias para evitar esse esgotamento, além de ficar por dentro da percepção de colaboradores em relação às políticas, práticas e processos do negócio. As lideranças exercem uma importante influência para evitar o burnout e necessitam de desenvolvimento”, destaca.
Segundo o psicólogo ocupacional Daniel Libardi, a síndrome é uma reunião de vários sintomas provenientes de outros fatores como o estresse crônico proveniente do trabalho.
O psicólogo complementa que a responsabilidade é mútua. A empresa precisa que o funcionário cumpra suas horas de trabalho, mas o colaborador precisa gerenciar suas tarefas para dar conta de suas atividades.
Para não ficar doente, Libardi ressalta que as pessoas precisam ter clara distinção entre a vida laboral e pessoal, ter tempo para hobbies e para a prática da atividade física.
A doutora especialista em psiquiatria e medicina do trabalho Letícia Maria Akel Mameri esclarece que nem todo o esgotamento é considerado burnout. Para isso, esse sintoma precisa estar somado a outros dois fatores: frustração profissional e despersonalização.
“É necessário ter muita responsabilidade nesta avaliação, porque senão se cria uma cortina de fumaça como se tudo fosse burnout. O médico do trabalho é quem dá o laudo, por isso ele precisa conhecer o trabalho e a organização para entender o que acontece com esse trabalhador”, esclarece.
SEMINÁRIO NA FINDES
O tema será discutido no webinar “Síndrome de Burnout - Diálogos sobre Saúde e Segurança do Trabalho e Produtividade, promovido pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) nesta terça-feira, 7 de junho, a partir das 18h30.
O encontro ocorre no auditório da Findes. Para se inscrever, basta acessar o site da federação. Também haverá transmissão ao vivo pelo Youtube da entidade.
COMO PREVENIR A SÍNDROME DE BURNOUT?
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é aplicar estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho:
Fonte: Ministério da Saúde
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