A melhor profissão é aquela que junta prazer à vocação. A escolha da carreira deve ser pautada por afinidades e sonhos e não apenas pelo dinheiro que gerará no futuro. O assunto foi discutido na tarde desta quinta-feira (28) no EducarES: Arena Profissões. Durante o evento da Rede Gazeta, realizado no Vitória Grand Hall, na Capital, os convidados compartilharam suas experiências e como foram seus processos de escolha profissional.
“Eu nunca soube direito o que quis fazer na vida. Quando era criança, quis ser bombeiro. Depois, as coisas foram acontecendo na minha vida. Fiz faculdade de Direito e História por um ano cada e, depois, fiz Jornalismo. Meus pais não pressionaram a minha escolha. Acredito que os jovens não devem ter medo de voltar atrás e recomeçar sempre”, ressaltou o apresentador de TV Serginho Groisman.
A médica infectologista Rubia Miossi relatou que se inspirou em um médico pediatra amigo da família na hora de fazer a escolha profissional. Ela garante que, antes de entrar na faculdade, a única dúvida era se conseguiria se mudar para Vitória. A especialista até chegou a fazer prova para cursar Farmácia e Fisioterapeuta, mas optou por ir atrás do sonho.
“Essas duas profissões não eram o que eu queria. Consegui financiamento no Fies e cursei Medicina. Dois dias depois de formada, já estava empregada. Sempre soube que queria ser especialista em infectologia. Estou fazendo o meu melhor. O que eu gosto de fazer gera algo bom para as pessoas”, afirmou. "Muitas pessoas veem a Medicina pela questão do dinheiro, mas não é bem assim. É preciso gostar das pessoas e pensar em melhorar a vida dos pacientes. Ter interesse em estudar as doenças. Por isso, é importante ser movido por sonhos e não só pelo status".
A psicóloga Helena Lorencini descreveu que a sua atividade consiste em desenvolver pessoas, ajudando-as a serem protagonistas de suas vidas. Ela recordou que dificuldades na família a levaram a ter contato com profissionais da área, despertando a vontade de fazer Psicologia.
“Nesta época, descobri que um dia também queria ajudar outras pessoas, que faria a diferença para elas. Eu acolho diferentes histórias. A gente está nos bastidores da vida ajudando elas a tornarem a melhor versão delas mesmas. A vida é muito grande para ser pequeno”, relatou.
O pai do superintendente regional da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, era delegado da Polícia Civil de Minas Gerais. E a história do patriarca da família inspirou Ricas a seguir pelo mesmo caminho. Ele é formado em Direito, atuou como advogado por um tempo para em seguida se aventurar no ramo dos concursos.
No Estado vizinho, Ricas atuou como delegado da Polícia Civil, antes de ser aprovado como delegado federal. Ele destaca que a corporação trabalha para melhorar a segurança da população, com um papel fundamental de combater a criminalidade. Além disso, há atividades administrativas como a emissão de passaporte e controle de armas.
“O ramo do Direito tem um leque de opções muito grande. Optei pela carreira de delegado. Ser policial federal era um sonho. Já participei de várias missões em outros Estados e até nos Estados Unidos. A nossa missão é contribuir para tornar um país mais seguro, a tirar as drogas das ruas, entre outras atividades”, comentou Ricas.
Filho de um caminhoneiro e uma dona de casa, Jadson Picoretti Lovati gerou espanto na hora de informar aos pais que queria seguir a carreira como analista de sistemas. Ele começou a trabalhar aos 14 anos e trabalhava para pagar a faculdade. Hoje ele é gerente de inteligência de negócios digitais e inovação do Grupo Águia Branca.
“O profissional de tecnologia sempre foi considerado do futuro, mas está cada dia mais presente nas empresas. Entretanto, há falta de mão de obra no mercado. É possível transformar a vida das pessoas através da tecnologia, conectar pessoas para trabalhar com ferramentas que elas saibam usar”, afirmou o gerente.
O diretor regional do Senac-ES, Richardson Schmittel, também é da área de tecnologia e acredita que o maior desafio da instituição é conectar a educação com o mercado.
“Busco conectar juventude com sonho de carreira profissional que te dê paz. Eu faço o match entre sonho do jovem e necessidade do mercado. Que a gente possa construir assim nossa sociedade, com pessoas felizes e que engajam com o que gostam”, relatou.
Schimittel é filho de um pedreiro e de uma manicure. Aos 42 anos, ele lembra que na juventude não tinha a oportunidade de estudar de forma gratuita.
“Até pela minha condição social, sonhava pouco. Me agarrei ao que tinha até conseguir fazer faculdade de Ciência da Computação. Cada passo que dava, tinha uma recompensa profissional e conseguir crescer rapidamente”, lembrou.
O CEO fundador da startup capixaba Jade Austim, Ronaldo Cohin, relatou que tem um filho autista, o que o inspirou a desenvolver uma plataforma que auxiliar pais e professores no diagnóstico preciso do estímulo cognitivo de crianças neuro diversas, como as que têm algum nível de autismo, TDAH e síndrome de Down.
Apaixonado por música, ele foi vocalista da banda Rajar. Cohin se formou em Ciência da Computação.
“Larguei o curso para me dedicar à banda e cheguei a ingressar em Administração. Quando recebi o diagnóstico do meu filho, não sabia nada sobre autismo. Fui fazer um mapeamento sobre o assunto. Há cinco ou dez anos não se falava sobre isso. Hoje, temos 160 mil crianças na plataforma, em 180 países de seis línguas diferentes. Um dos diferenciais da empresa foi conseguir desenvolver um sistema que consegue análise em que área de conhecimento a criança tem mais dificuldade”, comentou.
Outro participante do EducarES foi o farmacêutico Thiago de Melo Costa Pereira, que ganhou destaque nas redes sociais com vídeos sobre medicamentos, como o sinvastatina e ivermectina. O profissional lembrou que a área da saúde tem se expandido muito.
“Conversar com profissionais ou fazer um teste vocacional pode ajudar no processo. Um amigo advogado me sugeriu gravar os vídeos, o da sinvastatina, por exemplo, já tem mais de 3,6 milhões de visualizações. Quanto antes a gente tiver visão de futuro, refletir e não ficar preso na área que está estudando, melhor”, ressaltou.
Por fim, a cantora, compositora e poetisa capixaba Beth MC já nasceu na era da internet. Mais nova do grupo de convidados do evento, com 24 anos, ela acredita que ainda tem um grande caminho a percorrer. Atualmente faz faculdade de Administração e trabalha em um banco digital, mas tem o sonho de viver de sua arte.
“A primeira vez que postei uma música na internet foi em 2018. No início, queria velocidade, mas depois de um tempo passei a entender o que realmente queria. A tecnologia vem para agregar cada vez mais. A internet está para agregar, se souber fazer o uso”, finalizou.
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