Porto, ferrovia, navio-plataforma, dessalinização, refinaria, fábrica de laticínios e duplicação de estradas são apenas alguns dos inúmeros projetos que o Estado deve receber nos próximos anos. Junto com os investimentos já anunciados pelas empresas que devem se instalar no Espírito Santo, também estão outros que devem surgir ao longo deste ano e que trarão oportunidades de emprego.
Com isso, este ano, mais de 60 profissões devem se destacar no Estado. Na lista de oportunidades que devem surgir, estão as destinadas para profissionais de tecnologia da informação, meio ambiente, segurança do trabalho, petróleo e gás e automação.
A estudante de 21 anos Rosiane Darch Alves já está de olho em uma dessas chances. Em 2017 ela concluiu o técnico em Automação Industrial e agora vai começar o terceiro módulo do técnico em Eletrotécnica.
Escolhi cursos que terão, nos próximos anos, uma demanda muito grande das indústrias. Primeiro fiz o curso de Automação e, em seguida, comecei o de Eletrotécnica, para complementar o anterior, comenta.
Segundo o diretor de Gestão, Planejamento e Mercado Sesi/Senai, Roberto Füllgraf, as indústrias querem profissionais que, além de desempenharem os conhecimentos da área técnica, consigam fazer o planejamento das ações, controlar as equipes, fazer a gestão financeira das áreas e realizar projetos.
Vemos uma demanda crescente por esse tipo de profissional. Temos ainda percebido que técnicos em Logística, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho, Mecânica, Elétrica, Automação e Edificações, serão muito requisitados pela indústria, avalia.
Ainda segundo o diretor, um técnico recém-formado recebe, em média, entre R$ 2,3 mil e R$ 2,5 mil, no Estado. Os cursos técnicos têm duração aproximada de três anos. E, após formado, o profissional pode continuar se especializando.
Obras à vista
O ano de 2019 também marca, além da retomada econômica, o aumento no número de obras. Com isso, vagas para profissionais com nível de escolaridade mais baixo serão abertas.
A construção civil está voltando a investir, o que move toda uma cadeia - desde as edificações, estrutura e projetos, até a engenharia. Além disso, outras empresas ligadas à ela vão voltar a demandar serviços como cimento e alimentação, comenta o diretor da Idea Consultoria, João Luiz Borges de Araújo.
Na construção, os salários vão de R$ 1,6 mil a R$ 6,9 mil, dependendo da profissão e do grau de escolaridade do trabalhador, de acordo com o site Trabalha Brasil, que traz a média salarial das profissões.
Ainda segundo Araújo, os investimentos para a duplicação das rodovias, implementação tecnológica, segurança do trabalho e meio ambiente vão crescer.
Junto a isso, o segmento de consumo vai aumentar. Com os avanços das oportunidades de trabalho, as empresas do varejo e de vestuário vão crescendo e movimentando a contratação de atendentes, estoquistas, costureiros e caixas, por exemplo, conta.
SETORES EM DESTAQUE
Indústria
Projeto
Com a retomada do consumo, a indústria vai voltar a produzir em maior escala. Além disso, a automatização de processos vai demandar mais profissionais.
Profissionais
Serão precisos técnicos em Logística, em Meio Ambiente, em Segurança do Trabalho, em Mecânica, em Elétrica, em Automação, em Robótica e em Edificações. No Estado, um técnico recém-formado ganha entre R$ 2,3 mil e R$ 2,5 mil.
Construção civil
Projeto
As empresas da construção civil estão voltando a investir em novos empreendimentos, além das famílias que voltam a construir por conta própria.
Profissionais
Serão demandados engenheiros, arquitetos, mestres de obras, pedreiros, armadores, ajudantes de obra, pintores, eletricistas, encanadores, bombeiros hidráulicos e carpinteiros. Salários vão de R$ 1,6 mil a R$ 6,9 mil.
Tecnologia
Projeto
As mudanças tecnológicas e em segurança digital estão cada vez mais presentes dentro das empresas. Aquelas que ainda não usam dessas ferramentas terão que se adaptar.
Profissionais
A mudança abre espaço para analistas de Segurança da Informação, engenheiros de software, desenvolvedores full stack, gerentes de Engenharia de Sistemas, programadores mobile, entre outros.
Salários iniciais giram em torno de R$ 2,6 mil.
Comércio varejista
Projeto
A demanda de consumo vai impulsionar o serviço do comércio varejista.
Profissionais
Estoquistas, carregadores, vendedores, assistentes comerciais, atendentes, caixas, balconistas, empacotadores, fiscais e encarregado de armazenagem são alguns dos profissionais demandados. Os salários podem chegar a R$ 2,3 mil.
INDÚSTRIA DO PETRÓLEO PAGA MAIORES SALÁRIOS
A indústria do petróleo e gás deve contratar os profissionais com os maiores salários neste ano. Como o setor demanda trabalhadores com maior grau de qualificação, os salários médios da área são quase cinco vezes o de um salário médio da indústria em geral.
De acordo com o Anuário da Indústria do Petróleo no Espírito Santo 2018 do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Estado (Ideies), em 2017, a remuneração média na cadeia produtiva de petróleo no Espírito Santo foi de R$ 11.124,42.
Ainda segundo a pesquisa, os valores são superiores à remuneração média da indústria capixaba (R$ 2.502,37) e da indústria nacional (R$ 2.644,06).
Além disso, em 2017 mais de 4,5 mil pessoas foram empregadas na exploração, extração, produção de petróleo no Estado, cadeia fornecedora e abastecimento. Esse número vem em queda desde 2015 (5,7 mil) com a redução de investimentos no setor, devido à crise, mas a perspectiva é de que aumente.
De acordo com o coordenador do Fórum de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias, Durval Vieira de Freitas, nos próximos cinco anos, a cadeia de petróleo deve investir R$ 50 bilhões no Estado.
Teremos investimento de capital para operação por parte da Shell e da Petrobras na ordem de R$ 20 bilhões cada, o que totaliza R$ 40 bilhões nos próximos anos. Foram os investimentos para a construção de plataformas no Estaleiro Jurong, comenta.
Segundo Durval, esses são sinais de uma retomada para a área de petróleo no Estado. O Espírito Santo está sendo muito bem visto nesse segmento no cenário nacional. Hoje já somos o segundo maior produtor de petróleo e o quarto de gás natural do país, diz.
Formação
Atualmente o setor emprega mais da metade dos profissionais com alto grau de qualificação (mestrado e doutorado) do Estado. Segundo Durval, este ano haverá oportunidades para empresas, empresários e trabalhadores. Mas que, para isso, eles precisam se preparar.
Para o coordenador, além de qualificação, as empresas também exigem certificação. Isso vale para todo mundo, desde os profissionais até as empresas que querem fazer negócio no setor do petróleo e gás, aponta.
Ainda segundo ele, o fórum está realizando uma parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo para oferecer cursos de gestão na área de petróleo.
Investimentos previstos
PROJETOS
Navio plataforma
Projeto
A Petrobras vai investir, até 2022, R$ 16 bilhões no Estado em projetos de exploração de petróleo no Litoral Norte e na construção de um novo navio-plataforma para o Litoral Sul.
Profissionais
Haverá oportunidades para operadores de filtragem e separação; escriturários em geral; assistentes Administrativos; trabalhadores de traçagem e montagem de estruturas metálicas; técnicos ecânicos na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos; engenheiros Químicos; engenheiros Mecânicos; técnicos em Eletricidade e Eletrotécnicos; técnicos em Calibração e Instrumentação; trabalhadores da extração de minerais líquidos e gasosos; geofísicos; geólogos; advogados de contratos; analista de Risco Ambiental; oficiais de Náutica; petrofísicos; entre outros profissionais. Os salários podem chegar a R$ 25 mil.
Refinaria de petróleo
Projeto
A Noxis Energy tem planos para instalar uma planta de refino de petróleo, em São Mateus, a partir deste ano.
Profissionais
Serão demandados petroquímicos; operadores de máquinas; gerente de contrato; e especialista em fluidos de perfuração, completação e estimulação.
Os salários médios giram em torno de R$ 11,1 mil.
Dessalinização
Projeto
A ArcelorMittal vai investir R$ 50 milhões em um empreendimento para dessalinizar água do mar. A obra tem previsão de início para o segundo semestre deste ano e deve ser concluída em 2021.
Profissionais
A estimativa é de que a construção gere cerca de 220 empregos, sendo a maior parte na área da construção civil, montagem e eletromecânica. Os salários nessas profissões variam em torno de R$ 2 mil.
Fabricação de laticínios
Projeto
A fábrica mineira Laticínios Porto Alegre vai investir R$ 30 milhões em unidade no industrial para a produção de queijo muçarela e leite UTH. A unidade funcionará em Rio Novo do Sul. A inauguração está prevista para o início de 2020 e deve gerar 100 empregos diretos quando começar a operar.
Profissionais
Para trabalhar na industrialização do leite e na produção de muçarela, serão demandados: técnicos em laticínios, engenharia alimentar, queijeiro, carregadores e veterinários. Os salários no setor podem chegar a R$ 7,5 mil.
Duplicação de estradas
Projeto
O governo federal anunciou que planeja conceder a BR 262 à iniciativa privada. Dos 52,6 km contratados em 2014, apenas cerca de 8 km tiveram o projeto aprovado para a execução e 2,7 km estão aptos para serem executados.
Profissionais
A obra ainda deve demandar por engenheiros civis, auxiliares de obras e operadores de máquinas. Os salários podem chegar a R$ 9 mil.
Porto
Projeto
O Porto da Imetame, em Aracruz, está previsto para começar a operar em 2021. A expectativa é que gere 2 mil empregos. Além dele, também há o Porto Central, em Presidente Kennedy, que deve começar a operar em 2022. Na construção serão 4,7 mil empregos e 2 mil na operação. Já Portocel, em Aracruz, vai ser expandido nos próximos anos.
Profissionais
Serão demandados profissionais da área de construção e também da portuária, como estivadores, conferentes de carga, vigilantes de embarcação e limpeza.
Os salários variam a partir de R$ 1,3 mil.
Hospital
Projeto
Segundo a prefeitura de Colatina, neste ano será construído um hospital com capacidade de 500 leitos no município. Já a Medsênior vai construir, em Vitória, um hospital de alta complexidade gerando cerca de 200 vagas, na construção, e 750 na fase de funcionamento.
Profissionais
Serão demandados na obra: técnicos em edificações; arquitetos; engenheiros civil e elétrico; marceneiro; pedreiro; carpinteiro; eletricista e auxiliar de obras. Após a obra serão contratados médicos de diferentes especialidades, enfermeiros e atendentes. Os salários variam entre R$ 1,3 mil e R$ 9 mil.
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