Imagina morar em uma ilha paradisíaca e ainda ser remunerado para isso. Agora pensa em trabalhar como cuidador de gatos em um local em que muitos vão para passear e ainda ser pago para isso. Há também quem tem como atividade testar jogos antes deles serem lançados. Para muitos, esses seriam os chamados emprego dos sonhos. E alguns até conseguem vencer a concorrência e ter essa vivência na carreira.
Foi o caso do britânico Ben Southall que em 2009 venceu a corrida para o "melhor trabalho do mundo". Durante seis meses ele foi zelador de uma ilha paradisíaca (Hamilton), localizada em meio à grande barreira de corais da Austrália, no Estado de Queensland. O salário é de cerca de US$ 150 mil (cerca de R$ 418 mil). Cerca de 34 mil pessoas estavam na disputa.
"Quando vi o anúncio do emprego, pensei que seria como viver em uma ilha deserta, da mesma forma que Tom Hanks em O Náufrago", disse ele anos após a experiência. O trabalho do britânico era testar atrações turísticas ao longo da Grande Barreira de Corais, incluindo produzir conteúdo de fotos, texto e vídeo para um blog para divulgar o potencial turístico do local.
Em entrevista, Southall disse ter trabalhado mais do que o esperado. "Trabalhei bastante. Este devia ser chamado de emprego mais ocupado do mundo", diz. Na época, houve muita desconfiança sobre o anúncio.
A psicóloga a diretora da Psico Store, Martha Zouain, salienta que quanto maior a complexidade da vaga, mais atraente tende a ser a oferta.
A ideia é de fato seduzir o candidato por meio de informações positivas que podem ser verdadeiras ou não e, omitir possíveis dificuldades e desvantagens. E é por isso que o candidato, por mais que esteja necessitado de uma recolocação precisa estar muito atento para não ser enganado, avalia.
Na opinião da diretora de eventos da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo, (ABRH-ES), Kamilla Matos, a vaga do sonho depende de cada profissional e do seu grau de conhecimento.
O emprego do sonho é algo relativo. A experiência deve estar conectada com o valor e o propósito profissional de cada um. Tem gente que acha que o trabalho perfeito é buscar o filho na escola todos os dias às 17 horas, enquanto para outros é morar em uma ilha deserta. É preciso que cada um entenda a sua estrutura para definir o que é melhor, ressalta Kamilla.
Segundo Martha Zouain, é preciso tomar alguns cuidados para não se decepcionar. A primeira precaução é jamais pagar para participar de um processo seletivo. O candidato já deve desconfiar se for solicitado qualquer depósito como pagamento por qualquer vaga, frisa.
Outro cuidado, de acordo com a psicóloga, é com a empresa que oferta a "grande oportunidade".
É importante pesquisar sobre a empresa e avaliar sua credibilidade no mercado além do tempo de atuação. Dificilmente uma empresa de pouco tempo de mercado trabalhará uma grande oportunidade, ressalva.
Em 2009, o britânico Ben Southall venceu 34 mil concorrentes e conquistou o posto de zelador de uma ilha paradisíaca na Austrália. Na época, esse trabalho foi chamado de "melhor emprego do mundo". Ele recebeu um salário anual de US$ 150 mil (cerca de R$ 615 mil) e acomodação em uma mansão de luxo na ilha Hamilton, no Estado de Queensland. Seu trabalho, que durou seis meses, era testar atrações turísticas ao longo da Grande Barreira de Corais, incluindo produzir conteúdo de fotos, texto e vídeo para um blog para divulgar o potencial turístico do local.
Em 2017, uma ilha no País de Gales, chamada Bardsey, contratou duas pessoas para tomarem conta de sua paisagem. Dentre as obrigações dos contratados estava cuidar dos arredores da ilha, dos seus animais típicos, como focas e aves marinhas, e administrar as propriedades no local. A função era para 12 meses, corresponde a um salário de 16 mil libras anuais (quase R$ 83 mil).
Em 2013, a vaga era para gerente da ilha Inchcolm, na Escócia. O local é praticamente deserta e recebe 20 mil pessoas a cada ano e é muito procurada para realizar casamentos. A remuneração era de 20 mil libras (cerca de R$ 103 mil) por oito meses de trabalho. Na época, a descrição da vaga era ter um espírito aventureiro e gostar de desfrutar belas paisagens e de animais selvagens.
No Brasil, o emprego do sonho chegou a pagar R$ 100 mil para cuidar de ilha em Angra. Entre as atividades estavam o monitoramento do ecossistema de áreas de preservação da ilha, alimentar peixes e pássaros, identificar pontos de mergulho e manter um blog diário. Mas o objetivo mesmo é aumentar o fluxo de turistas no local. Além da remuneração, o escolhido ganha estadia em um bangalô exclusivo, despesas de viagem pagas, três refeições por dia, e seguro de saúde e de vida.
Os avaliadores de tobogãs são responsáveis por viajar pelo mundo para testar a velocidade e a qualidade desses brinquedos, assim como os padrões de piscinas em resorts ao redor do globo. Eles ganham em média US$ 28.500 por ano (em torno de R$ 116,8 mil).
Neste emprego você realmente ganha dinheiro dormindo. Os especialistas monitoram a qualidade do sono e os padrões do avaliador enquanto testam diferentes colchões. Este trabalho pode fazer você ganhar até US$ 5.600 por mês (cerca de R$ 23 mil).
Esse profissional é pago para jogar e testar jogos novos antes do lançamento oficial. O salário é de cerca de US$ 58 mil (em torno de R$ 237 mil).
A ONG Gods Little People Cat Rescue, localizado na ilha grega de Syros, abriu, em 2018, vaga para cuidador de 55 felinos com direito a acomodação com vista para o mar Egeu. As primeiras semanas (de 2 a 4) foram de trabalho voluntário. O trabalho era de quatro 4 horas diárias, e o salário não foi divulgado, apenas informado de que é proporcional ao volume de trabalho. O tempo mínimo do contrato era de 6 meses.
No início de 2019, a Royal Caribbean, uma companhia de cruzeiros, buscou profissional para viajar e publicar fotos nas redes sociais. O novo funcionário iria acompanhar um fotógrafo da Royal Caribbean para produção de conteúdo. O salário era de 6 mil libras (aproximadamente R$ 31 mil). O contrato foi de três semanas.
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