Estúdio Gazeta
Prefeitura de Vitória
Além de definições de dicionário, o que nos confere humanidade é também a habilidade em cuidar, zelar e nutrir sentimentos por aqueles que compartilham o contexto familiar conosco. É o caso da pessoa idosa e/ou da pessoa com deficiência com algum grau de dependência de familiares para viver.
Sirleide Caetano Silva, de 45 anos, moradora do bairro Resistência, em Vitória, precisou abrir mão de muita coisa, inclusive de um emprego formal, para cuidar da mãe esquizofrênica, Neide Caetano Silva, 63, e da filha autista, de 9 anos.
“Eu fico muito só. Por isso, quando a minha mãe passa mal dependo da ajuda de terceiros já que não tenho dinheiro para pagar um cuidador”, relata.
Sozinha, Sirleide conta que essa rotina de cuidados impactou diretamente em sua formação profissional e vida social. Hoje, ela sobrevive de auxílios do governo, dedica-se em tempo integral à uma relação familiar em que ela é o pilar principal e carrega a responsabilidade de zelar por duas figuras que vivem momentos diferentes da vida, mas ambas precisam do seu apoio e tem o seu amor.
Inscrita nos programas de atenção social da Prefeitura de Vitória, Sirleide nas últimas semanas viu essa realidade ser transformada com a intervenção do Serviço Especializado de Atendimento Domiciliar ao Idoso e Pessoas com Deficiência (Sead).
O objetivo do serviço é garantir a dignidade desses indivíduos, estimular níveis de autonomia dos sujeitos, prevenir situações de risco, e de isolamento social e complementar o trabalho social com famílias realizado pelos profissionais da administração municipal no âmbito do Sistema Único de assistência social -SUAS.
“Para a gente que antes não tinha suporte nenhum, é muito bom porque estamos sendo apoiadas por um serviço público que se preocupa até com os cuidadores, como é o meu caso. Nós precisamos de ajuda e, assim como as pessoas que cuidamos, também adoecemos e nos privamos de muita coisa”, conta Sirleide Caetano.
A secretária de Assistência Social da Prefeitura de Vitória, Cintya Schulz, explica que o Sead promove um atendimento especializado às pessoas idosas e/ou com deficiência quando existe violação de direitos e dificuldades de acesso aos equipamentos públicos, por limitações motoras, por exemplo.
Recentemente aprimorado pela Prefeitura, o novo Sead vai contribuir na ampliação do trabalho social com as famílias que vivenciam algum tipo de violação de direitos, colaborando para o fortalecimento da função protetiva das famílias, dos vínculos afetivos entre seus membros, diminuição do estresse do cuidador familiar e com isso, interromper possibilidades de padrões violadores. Ao todo, além de Sirleide Caetano, já foram realizados mais de 3.650 acompanhamentos.
Para uma atuação conjunta, a Prefeitura também implantou o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio (SAD) para pessoas idosas e/ou com deficiência. Sendo assim, o primeiro município da Grande Vitória a contar com esse serviço e o terceiro do Espírito Santo.
“O SAD é composto por uma equipe técnica de terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Em um primeiro momento, é feita uma acolhida no domicílio explicando as atividades realizadas. Depois, o educador planeja as atividades a serem realizadas com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares, comunitários e trabalhar a rede de acessos”, explica a supervisora técnica da equipe do SAD, Marília Barcelos Dal Col.
Enquanto o primeiro serviço é voltado para famílias em que existe uma violação de direitos, o segundo é focado em um atendimento de aspecto preventivo ao surgimento e/ou agravamento de questões sociais que podem favorecer a situações de violações de direitos.
A meta para os próximos meses, segundo Marília Barcelos Dal Col, é estender o atendimento a aproximadamente, 180 pessoas. “Precisamos de uma atuação junto de outros serviços de proteção básica e manter uma relação com a rede familiar e comunitária para que o foco seja o indivíduo. É um trabalho delicado, mas, com certeza, vamos ter bons resultados”, finaliza Dal Col.
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