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Aracê Casa de Vivência
Mesmo antes da pandemia do coronavírus já havia uma preocupação com a solidão na terceira idade. Mas o confinamento, que se tornou vital como forma de se preservar da doença, acabou jogando uma luz nos problemas emocionais nesse grupo.
Lares de convivência de idosos, por exemplo, enfrentaram o grande desafio de garantir a proteção dos seus hóspedes e, ao mesmo tempo, evitar que o rigor do isolamento trouxesse a eles outros danos.
Na Aracê Casa de Vivência, localizada em Jardim Camburi, Vitória, atividades em grupo e a interação com a natureza foram fundamentais para manter a qualidade de vida do grupo, formado por 20 pessoas, com uma média de idade de 88 anos e sendo a mais velha com 100 anos.
Lá, a rotina é habitualmente calma. No entanto, as visitas de parentes foram suspensas desde o início da pandemia, uma restrição que se mantém atualmente. Com isso, idosos e seus familiares só puderam se ver a distância, do portão da casa.
Mas graças a uma equipe multidisciplinar, o distanciamento, tão necessário, foi vivido de forma mais leve, acolhedora. A casa tem profissionais como médico geriatra, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, musicoterapeuta, além da equipe de enfermagem.
Segundo ela, os familiares visitam a instituição mensalmente para levar remédios, fraldas e outros itens de uso pessoal. Mas ficam no portão, enquanto os idosos ficam na varanda. "É a forma como podem ter contato visual. E o familiar precisa estar de máscara, mesmo a três, quatro metros de distância", explica.
Entre os residentes, houve aqueles, com condição de saúde mais frágil, que precisaram de um isolamento ainda maior.
"Houve um período em que a maioria dos idosos foi infectado na casa. Apenas duas testaram negativo. Essas foram afastadas do convívio e precisaram ficar 14 dias no quarto delas. Saíam para fazer as refeições e para o banho de sol, mas em locais ventilados, como no jardim, em horários diferentes dos demais. Também foram designados profissionais que só tinham contato com elas durante esse período, até que elas puderam retornar para as atividades coletivas. Os demais, por estarem com a doença, mantiveram as atividades em grupo. Mesmo assim, foram divididos em grupos menores", reforça a terapeuta ocupacional.
A chegada da vacina contra a Covid-19 deu um novo ar à instituição. Idosos e a equipe foram todos imunizados. Assim, as terapias coletivas, diz Luana, foram normalizadas e também reforçaram o vínculo entre os membros da casa.
"São desenvolvidas atividades de grupo na fisioterapia, na hidroginástica, na musicoterapia e nas sessões de terapia ocupacional. Esses momentos são extremamente importantes para a criação e o fortalecimento de uma rede de suporte social, estimulando a socialização e ajudando na manutenção do estado emocional do idoso. Além disso, estimulam o aprendizado de novas habilidades a partir das trocas de experiências com o outro", observa.
Um simples banho de sol no jardim pode proporcionar um enorme bem-estar. "Essa é uma prática diária aqui na casa, pois entendemos que é um importante fator de produção de vitamina D, uma vitamina essencial para o idoso e que, naturalmente, na terceira idade tem sua produção reduzida. Aqui o banho de sol ocorre no jardim da casa, um ambiente aconchegante e prazeroso, com a presença de pássaros, vento e com a visão do movimento na casa", comenta Luana.
Endereço: Rua Silvino Grecco, 604, Jardim Camburi, Vitória - ES
Telefones: (27) 3022-6740 e (27) 99950-9919 (WhatsApp)
Site: www.aracecasa.com.br
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