Estúdio Gazeta
Bandes e Funses 1
O governo do Estado deu um importante passo no sentido de fomentar o ecossistema de inovação capixaba. Entrou em operação, em maio de 2022, o Fundo de Investimentos e Participações (FIP) voltado para a aceleração digital de novos negócios. O FIP conta com R$ 250 milhões provenientes do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), que é composto por receitas provenientes da indústria do petróleo.
Resultado dessa iniciativa com a atração de novos negócios para o Estado já é visível e não faltam exemplos. Em apenas um ano, 12 startups receberam aporte de recursos do FIP e passaram a ter sede fiscal no Espírito Santo, já que essa é uma das exigências para o investimento. Além da arrecadação de tributos, isso gera emprego e renda, além de incentivar negócios inovadores.
Uma delas é a W Dental, a primeira odontotech do Brasil, uma operadora de planos odontológicos que tem como missão democratizar o acesso à saúde bucal em todo o país. O fundador e CEO da W Dental, Igor Pereira, conta que participou da primeira turma de aceleração digital do FIP – já foram realizadas três turmas e no próximo mês de junho abre inscrição para a quarta –, e que é um processo muito diligente.
“Obviamente que para a gente deu mais trabalho, mas dá uma credibilidade maior, até porque, o governo do Estado contratou uma gestora profissional para fazer o contrato. Foi tudo muito bem planejado e executado e isso coloca o Espírito Santo num patamar mais elevado do que os outros estados. Isso dá uma liderança”, ressalta Igor.
O CEO da W Dental afirma que já está com clientes no Estado e que tem um time comercial atendendo no Espírito Santo. “A sede fiscal da empresa foi transferida para Colatina e estamos trabalhando para divulgar mais a marca W Dental no Estado. Temos certeza de que é uma questão de tempo para sermos uma das operadoras mais relevantes de atuação no Espírito Santo”, pontua.
Quem também já está sediada em solo capixaba por conta do FIP é a Eva People, uma empresa da área de HR Tech, que tem o objetivo de automatizar processos de recursos humanos.
Hugo Soares, cofundador e CEO da startup, conta que o FIP investiu R$ 800 mil na Eva People. “É uma parte comum das empresas de tecnologia terem investidores que acreditam no crescimento do negócio e aportam capital em troca de participação”, explica.
Ele acrescenta que a tecnologia pode ajudar as empresas a construir ambientes de trabalho mais humanos, onde as pessoas possam se desenvolver e contribuir para o sucesso do negócio.
“Com o novo investimento, continuaremos a desenvolver nossa plataforma e a levar soluções para mais empresas no Brasil. Somos agora, oficialmente, uma empresa capixaba e a nossa atuação já se deu através da primeira contratação de uma colaboradora capixaba e de clientes”, afirma Hugo.
As startups brasileiras desenvolvem soluções para diferentes áreas, uma delas é a chamada healthtech, que oferece soluções tecnológicas para a área da saúde. A laŭ, criada em 2019 como uma healthtech com o propósito de reduzir o desperdício de unidades de saúde com serviços assistenciais e de facilities, passou recentemente pela turma de aceleração de negócios do FIP Funses 1. A formatura foi em março e a empresa foi investida e já está com a sede fiscal operando no Espírito Santo.
Cofundador e CEO da laŭ, João Marcelo Alves, comenta que a iniciativa do Espírito Santo, de ter um Fundo Soberano dando apoio para tecnologia, inovação e empresas em estágio inicial, é muito inovadora.
“Essa iniciativa do Estado é bem interessante para atrair um ecossistema de inovação para o Espírito Santo. A gente sabe que isso fica mais forte quando se tem estágios iniciais testando novas ideias que podem se tornar grandes empresas no futuro”, destaca.
Para a laŭ, especificamente, foi uma estratégia bem bacana, de acordo com João Marcelo. “A Ace, junto à TM3 Capital, têm uma visão clara do tipo de empresa que pode se tornar grande no futuro e de que forma essa empresa pode vir a contribuir para gerar emprego no Estado e fomentar esse ecossistema”, acrescenta.
Para o funcionamento do FIP Funses 1, o governo do Estado, por meio do Bandes, fez um edital para selecionar a empresa para fazer a estruturação e gestão do FIP, bem como o programa de aceleração, com as trilhas, mentorias e eventos. As empresas selecionadas foram a TM3 Capital e Ace.
Outra startup que já está com sede no Espírito Santo por ter sido investida pelo FIP Funses 1 é a Houseasy. Com atendimento focado no mercado de smarthome, o objetivo da empresa é democratizar o acesso a essa tecnologia, transformando casas comuns em casas inteligentes.
CEO da Houseasy, William Power Homem conta que, recentemente, a empresa foi investida com recursos do FIP Funses 1, onde foi desenvolvido um novo modelo de negócio, focado no mercado consumidor de internet, e que isso trouxe uma eficiência operacional maior.
“Essa conexão com a TM3 trouxe muitos benefícios para a Houseasy, tanto no profissionalismo quanto na organização de estruturação de negócios, a empresa conta inclusive com um conselho administrativo. Estamos construindo um negócio cada vez mais sustentável”, afirma o CEO.
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