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Suzano
O ano de 2024 vem sendo uma temporada de problemas ambientais em todo o território brasileiro. No Espírito Santo, por exemplo, foi registrado um aumento de 94% no número de queimadas em vegetação, comparando as 1.199 ocorrências de janeiro a agosto de 2023 com as 2.331 nos oito primeiros meses de 2024, segundo o relatório de atendimentos de incêndios em vegetação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES).
Pensando em contribuir para a solução desse cenário, a Suzano investe no uso de Inteligência Artificial (IA) para fazer a detecção automática de incêndios florestais, por meio do reconhecimento de sinais de fumaça que são identificados pelas câmeras.
Segundo Douglas Guedes, gerente Executivo de Inteligência Patrimonial da empresa, o sistema consiste em uma rede integrada por torres de monitoramento dotadas de câmeras com IA e que podem alcançar mais de 30 quilômetros de distância.
"Quando um possível alerta de incêndio é gerado pelo sistema, nossos operadores entram em ação para confirmar a detecção e dessa forma garantir que a brigada mais próxima seja enviada para o local do foco de incêndio. Assim, conseguimos antecipar os riscos dos incêndios em nossas florestas, além de apoiar no monitoramento de áreas vizinhas e comunidades rurais", destaca o gerente.
Douglas Guedes completa que além das torres de monitoramento, a Suzano segue investindo em outras tecnologias. O objetivo é avançar cada vez mais na detecção precoce dos focos e aumentar as chances de reduzir o tempo de resposta e por consequência os impactos dos incêndios.
A ferramenta integrada à Inteligência Artificial, já colocada em prática pela empresa no Estado de São Paulo, também pode trazer benefícios para o Espírito Santo – em que, apenas de julho a agosto de 2024, foram registrados 1.238 casos de incêndios em vegetação. O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Suzano, Luiz Bueno, confirma os prejuízos causados por essas ocorrências.
“As chamas representam danos sérios para o meio ambiente, saúde pública e economia local, uma vez que acarretam o aumento de atendimentos hospitalares e gastos gerais da população com a saúde”, reforça.
Olhando exclusivamente para áreas de preservação no Estado, de acordo com o gerente, outro fato merece atenção: 52,4% dessas extensões já tiveram algum caso de incêndio em 2024. Ao todo, foram 77 ocorrências e quase 60 hectares atingidos, segundo dados da equipe de inteligência do setor de prevenção e combate a incêndios florestais da Suzano.
Por isso, Luiz Bueno reforça o compromisso da Suzano em atuar de forma integrada com as instituições especializadas no combate a queimadas, e busca contribuir com a proteção do patrimônio natural brasileiro. Para ele, a implementação de políticas de prevenção e controle de incêndios, aliada a campanhas de conscientização sobre o uso do fogo, é fundamental para proteger a vegetação.
"Seguiremos combatendo incêndios sempre que pudermos, mas também fazemos um apelo para quem ateia fogo em alguma área: não faça. É crime e afeta pessoas, animais, empresas, propriedades, o ar, enfim, o planeta”, alerta.
Inclusive, Bueno conta que, visando proteger a fauna e flora das florestas, além das pessoas que vivem próximas a elas, uma das ações da Suzano para contribuir para a solução desse problema foi a criação de um projeto de prevenção nas comunidades – chamado de Guardiões da Floresta.
“Com o 'Guardiões da Floresta', podemos intensificar nossa capacidade de resposta ao unificar as chamadas em um único canal, garantindo um monitoramento mais rápido e eficiente", destaca Bueno, que menciona ainda o canal próprio da Suzano para captar denúncias de incêndios.
Para obter informações sobre como contribuir com a proteção das florestas ou reportar problemas, a população pode ligar gratuitamente ou enviar mensagens via Whatsapp para o número 0800 203 0000.
O comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo, o tenente-coronel Wanderson Luchi, também cita o crescimento desproporcional de incêndios e faz um alerta sobre acidentes automobilísticos em estradas.
“Neste ano, tivemos um aumento de 169% de chamados para atendimento de queimadas, falando de chamados diretamente feitos para a Polícia Ambiental. Nós já efetuamos 14 autos de infração, perfazendo um total de R$ 360 mil. De área degradada por queimada, segundo nossos registros, já foram 29,57 hectares. [...] Mas ainda é necessário dizer que os prejuízos são também para a saúde da população e, além disso, a fumaça pode reduzir a visibilidade no trânsito e causar acidentes”, comenta.
Além disso, o comandante do Corpo de Bombeiros de Aracruz, Major Lucas Sossai, aponta a ação humana como principal fator responsável pelo aumento de incêndios.
“A grande maioria dos incêndios é causada por ações humanas, seja por irresponsabilidade, seja por intencionalidade, o que é pior. É importante ressaltar que quem provoca incêndio pode enfrentar sanções legais, incluindo responsabilidades civis e criminais, fora as tratativas que o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo pode colocar”, reforça.
Situado na região Norte, o município de Aracruz, onde a Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, também possui uma fábrica ativa e está construindo uma segunda, está na segunda região mais afetada do Estado.
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