Curso de Residencia
Vale
Reciclagem, redução de poeira e geração de emprego e renda são os avanços socioambientais que se entrelaçam em um novo projeto recém-apresentado no Espírito Santo.
Todas essas ações vão ser garantidas por meio de um novo supressor sustentável à base de plástico PET, desenvolvido pela Vale em conjunto com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O supressor é um controle ambiental para diminuir a emissão de poeira nas operações da empresa. O novo produto vai substituir os supressores utilizados atualmente, que podem ser feitos de celulose ou glicerina. A inovação foi apresentada no fim do mês de outubro, no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória.
Além de assegurar a eficiência no controle ambiental, a nova opção tem potencial para retirar do meio ambiente, todos os meses, mais de um milhão de garrafas PET para a produção no Espírito Santo, e deve alcançar uma produção de 400 mil litros/mês de supressor em 2024. O volume pode chegar a 2 milhões de garrafas em 2026, com a expansão prevista para outras operações, que vão demandar 780 mil litros de supressor no total.
O processo de produção nesse novo método funciona da seguinte maneira: o plástico PET reciclado, oriundo das cooperativas, passa primeiro por uma etapa de micronização para transformá-lo em partículas menores e então seguir para a segunda e etapa principal que é a reação química, que o transforma em resina. Depois, essa resina, quando aplicada em pilhas de minério de ferro e carvão, forma uma película protetora que não apenas evita a emissão de poeira, mas também diminui drasticamente o descarte de resíduos.
A produção do supressor aproveita, ainda, outros materiais que seriam descartados, como o plástico PET utilizado em bandejas e garrafas de todas as cores, a exemplo das pretas e de bebidas energéticas. Em razão da baixa reciclabilidade, esses itens acabam sendo destinados ao aterro sanitário.
O diretor de Pelotização da Vale, Rodrigo Ruggiero, pontuou que, além de ser uma solução sustentável, o produto gera fonte de renda.
O supressor é fruto de pesquisas científicas, união entre academia e Indústria. Os estudos e os testes começaram a ser desenvolvidos em 2013. O reitor da Ufes, Paulo Vargas, enfatizou a relevância do supressor para a economia e para o desenvolvimento social.
Para a produção acontecer de forma rápida, eficiente e em grande escala, a Vale sublicenciou a patente do supressor para a empresa Biosolvit, cuja fábrica será instalada em Cariacica, em uma área destinada a empreendimentos que atuam no setor ambiental.
O CEO da Biosolvit, Guilhermo Queiroz, informa que esse produto começa atendendo as operações da Vale no Espírito Santo e, em 2025, a produção deve ser ampliada para as operações da empresa em Minas Gerais.
A iniciativa também será uma fonte de renda para as associações de catadores de material reciclável da Grande Vitória. Para isso, a Vale, em parceria com a Rede de Economia Solidária dos Catadores Unidos do Espírito Santo (Reunes), criou o projeto Reciclo, que tem realizado ações para melhorar a estrutura física, a gestão e a comercialização do material, além de incentivar a coleta seletiva em condomínios e empresas.
Ao todo, 580 pessoas já foram beneficiadas com o projeto, que está sendo realizado em 12 associações em seis municípios do Espírito Santo. O investimento em equipamentos, obras e capacitações chegou a R$ 1,7 milhão. A ação já resultou em aumento de renda dos catadores em cerca de 45%, chegando à média de R$ 1.338,00 por pessoa.
Isabelle Oliveira e Leiriane Santana são alunas do 26º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão da editora do programa, Andréia Pegoretti.
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