Cerca de 10 milhões de brasileiros deixaram o isolamento rigoroso em meio à pandemia do coronavírus entre o início de julho e a terceira semana de agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).
Os brasileiros que diziam estar rigorosamente isolados somavam 41,6 milhões na semana de 16 a 22 de agosto, comparados a 51,3 milhões na semana de 5 a 11 de julho, uma redução de 9,7 milhões de pessoas.
Somente entre a segunda e a terceira semana de agosto, o número de pessoas em isolamento rigoroso passou de 44,4 milhões para 41,6 milhões, queda de 2,8 milhões. Os números são da pesquisa Pnad Covid-19, que busca identificar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na saúde dos brasileiros.
"De alguma forma, as pessoas estão flexibilizando as medidas de isolamento social, uma vez que aumenta o percentual de pessoas que estão tendo medidas menos restritivas e diminui o percentual daquelas que aplicam medidas mais restritivas de isolamento", afirma a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Ainda na terceira semana de agosto, 87,6 milhões de pessoas diziam ficar em casa e só sair em caso de necessidade, contra 86,4 milhões na semana anterior.
Outros 76,4 milhões dizem que reduziram contato, mas continuam saindo de casa ou recebendo visitas, comparado a 74,5 milhões na segunda semana de agosto. Por fim, 4,5 milhões diziam não fazer nenhuma restrição, patamar estável em relação à semana anterior.
Assim, na terceira semana de agosto, os rigorosamente isolados eram 19,7% da população, enquanto 36,2% reduziam contatos mas continuavam saindo de casa e recebendo visitas, outros 41,5% permaneciam em casa e só saiam por necessidades básicas e 2,1% não faziam restrições.
Os desocupados somavam 12,6 milhões na terceira semana de agosto, patamar considerado estável em relação à semana anterior (12,9 milhões), mas acima da semana de 3 a 9 de maio (9,8 milhões).
Com isso, a taxa de desocupação ficou em 13,2% para o período de 16 a 22 de agosto, estável em relação à semana anterior (13,6%) e com alta frente à primeira semana de maio (10,5%).
"Há uma estabilidade geral nos indicadores de mercado de trabalho", observa Maria Lúcia.
A população fora da força de trabalho somava 75 milhões na terceira semana de agosto, número considerado estatisticamente estável em relação à semana anterior (75,4 milhões) e também frente ao início de maio (76,2 milhões).
Dessa parcela da população, 26,9 milhões gostariam de trabalhar, contingente estável nas duas bases de comparação.
Os que gostariam de trabalhar mas não procuraram trabalho por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam somavam 17,1 milhões, estável em relação à semana anterior (17,7 milhões), mas queda na comparação com o começo de maio (19,1 milhões).
A população ocupada somava 82,7 milhões na semana de 16 a 22 de agosto, ante 82,1 milhões na semana anterior e 83,9 milhões no início de maio.
Os ocupados afastados do trabalho devido à pandemia, eram apenas 4 milhões na terceira semana de agosto, estável em relação à semana anterior, mas forte queda em relação aos 16,6 milhões de afastados pela pandemia do início de maio.
Ainda entre os ocupados, 8,3 milhões seguiam em trabalho remoto, patamar estável nas duas bases de comparação.
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