SÃO PAULO - O 5G puro começa a funcionar em Brasília nesta quarta-feira (6), após a liberação da faixa de frequência de 3,5 GHz pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A TIM vai ser a primeira operadora a oferecer a tecnologia na capital federal.
O início da operação da operadora em Brasília conta com a ativação de cem antenas e vai alcançar 50% da população, segundo a empresa. Inicialmente, todas as capitais deveriam lançar o 5G até o final de julho deste ano –uma exigência do edital do leilão do 5G, ocorrido em novembro do ano passado.
O prazo para a liberação dessa faixa era, originalmente, 30 de junho, e o do cumprimento das primeiras metas de obrigação pelas operadoras, 31 de julho –a ativação de antenas na proporção de 1 para cada 100 mil habitantes nas 26 capitais e no Distrito Federal.
No entanto, a recente rodada de confinamento na China para tentar conter novos casos de Covid atrasou o início da operação de 5G no Brasil em dois meses.
Para usar o 5G puro, é necessário ter aparelho e chip compatíveis com a conexão, ser cliente de alguma operadora que ofereça o serviço e estar na área de cobertura.
A conexão vai estar disponível em Brasília a partir desta quarta-feira (6). Belo Horizonte e Porto Alegre estão adiantadas no processo de adequação técnica e devem ser as próximas capitais a lançar o serviço.
O 5G disponível antes desta quarta-feira (6) em algumas capitais é chamado de 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing) ou NSA (non-standalone). A conexão é considerada "impura" por operar na mesma faixa de frequência do 4G (2,3 GHz), o que limita seu desempenho.
A versão "pura", ou standalone, tem uma faixa dedicada somente a ela, de 3,5 GHz. Em teste feito pelo jornal Folha de S.Paulo, o 5G impuro falhou em superar o 4G.
O uso do 5G standalone pode demandar que o usuário troque um chip antigo por um novo, compatível com a conexão. Procuradas, a Claro e a Vivo não informaram o preço dos chips 5G. A TIM informou que a troca não será necessária para ter acesso à tecnologia a partir desta quarta (6) na capital federal.
Ainda não há planos direcionados apenas à nova geração. O site da Vivo, por exemplo, informa que todos os planos oferecidos concedem acesso ao 5G.
O 5G nacional deve seguir os preços internacionais até que a popularização do serviço derrube o valor dos chips e dos aparelhos –as principais barreiras de acesso.
O 5G é a próxima geração de conexão de internet móvel, aquela usada em celulares e outros dispositivos sem fio. A tecnologia oferece maiores velocidades para baixar e enviar arquivos e menor latência para a transmissão de dados em tempo real.
Para o consumidor médio, o 4G já atende bem atividades de entretenimento, trabalho e educação. Mas o 5G é associado ao aumento da produtividade da indústria, do agronegócio, da saúde e outros setores. Por isso, as velocidades maiores e latência mínima prometidas são aguardas.
A velocidade do 5G puro alcança, em média, 1Gbps (Gigabit por segundo), sendo dez vezes maior que a média do 4G. Por exemplo, para baixar um arquivo de 5 GB (um filme em alta definição) no 5G puro, seria preciso aguardar 42 segundos. E essa conexão pode chegar a até 20 Gbps.
A chegada do 5G também deve movimentar o mercado de trabalho no Brasil ao gerar empregos e exigir novas habilidades profissionais. Os setores de tecnologia e telecomunicações serão os mais afetados.
Para 2027, ano em que a tecnologia deve se tornar dominante, pelas projeções da Ericsson, serão 4,4 bilhões de usuários do 5G no mundo. Até o final deste ano, deve alcançar 1 bilhão.
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