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Ação da Eletrobras chega a saltar 10% com aprovação de privatização no Senado

Ação da Eletrobras chega a saltar 10% com aprovação de privatização no Senado

As ações ordinárias (com direito a voto) da companhia fecharam em alta de 5,98% e as preferenciais (sem direito a voto) subiram 5,94%

Publicado em 18 de junho de 2021 às 18:55

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Fachada da empresa Eletrobras, no centro do Rio de Janeiro
Fachada da empresa Eletrobras, no centro do Rio de Janeiro. (WILTON JUNIOR/ESTADÃO)

As ações da Eletrobras dispararam nesta sexta-feira (18), após a aprovação no Senado da MP (medida provisória) que abre caminho para a privatização da estatal.

As ações ordinárias (com direito a voto) da companhia fecharam em alta de 5,98% e as preferenciais (sem direito a voto) subiram 5,94%. Na máxima, os papéis chegaram a saltar mais de 10%.

O texto deve ser novamente apreciado pela Câmara dos Deputados no começo da próxima semana.

"Se aprovado integralmente, a oferta de capitalização está prevista para acontecer no primeiro trimestre de 2022, podendo chegar a R$ 25 bilhões", diz o Goldman Sachs em relatório. O banco recomenda compra das ações da Eletrobras.

No setor, Cesp (Companhia Energética de São Paulo) subiu 1,38% na sessão e AES Brasil teve leve queda de 0,28%. As elétricas têm sofrido desvalorizações na Bolsa de Valores nos últimos meses devido à seca. Desde o início de abril, a Cesp recua 12,9% e a AES Brasil, 15,88%.

Já a Vale avançou 3,01% neste pregão após anúncio sobre pagamento de dividendos. O conselho de administração da mineradora aprovou na quinta a distribuição de R$ 2,177096137 por papel, destacando que a medida não tem relação com o dividendo a ser regularmente pago em setembro deste ano.

Do total definido para remuneração, R$ 0,716268047 por ação tem base no balanço do primeiro trimestre deste ano e se refere à antecipação da destinação do resultado do exercício de 2021, enquanto o restante se refere a reservas de lucros constantes no balanço de dezembro de 2020. Segundo a companhia, o pagamento da remuneração ocorrerá no dia 30 de junho.

"A Vale informa ainda que o valor dos dividendos por ação poderá sofrer pequena variação em decorrência do programa de recompra e a consequente alteração do número de ações em tesouraria", acrescentou a mineradora em comunicado ao mercado.

Com a valorização da Eletrobras e Vale, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,27%, a 128.405,35, mas acumulou a segunda semana seguida de queda, com declínio de 0,8%.

A pressão de baixa nesta sessão veio principalmente de bancos como Itaú Unibanco e Bradesco, que caíram 1,82% e 1,29% (ação preferencial), respectivamente.

Os bancos brasileiros acompanharam o viés negativo do mercado de ações nos Estados Unidos. Nesta sexta, os três principais índices de Wall Street fecharam em baixa, depois que os investidores se assustaram com comentários sobre juros de James Bullard, autoridade do Fed (banco central dos EUA).

Em entrevista à rede americana CNBC, Bullard, presidente do Fed de St. Louis, disse que a inflação nos EUA está mais intensa do que o esperado e que ele estava entre as sete autoridades do banco central que projetaram aumentos de juros a partir do próximo ano para conter a inflação.

A inflação e a forma como o Fed vai enfrentá-la à medida que o país sai da pandemia estão no centro das atenções dos investidores, pois impactam o desempenho do mercado de capitais.

Depois que o Fed projetou na quarta que a alta nos juros deve acontecer mais cedo do que o esperado, sinalizando também que está chegando ao ponto em que poderia começar a falar sobre uma redução de seu programa maciço de compra de títulos, os principais índices de Wall Street têm operado sob pressão.

Os comentários de Bullard elevaram o índice de volatilidade CBOE, o medidor de medo de Wall Street, que inicialmente atingiu seu nível mais alto desde 21 de maio, antes de recuar levemente.

O índice Dow Jones caiu 1,58%, enquanto o S&P 500 perdeu 1,31%. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,92%.

DÓLAR VOLTA A SER COTADO ABAIXO DE R$ 5, MAS FECHA O PREGÃO EM ALTA

O dólar fechou em alta de 0,93%, a R$ 5,0710, nesta sexta, depois de chegar a operar abaixo de R$ 5 durante o pregão, a R$ 4,9830. O dólar turismo está a R$ 5,2330.

A moeda americana ganhou força após os comentários de Bullard, do Fed.

Assim como o real, o peso chileno, o peso mexicano e o rand sul-africano, caíram ante o dólar nesta sexta.

Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer a moeda americana com o ingresso de recursos de investidores que buscam retornos mais altos e segurança.

Por outro lado, o Brasil também conta com perspectivas de elevação de juros, o que ajudou o dólar a cair ante o real pela manhã.

Na quarta (16), o Banco Central brasileiro promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, agora a 4,25%, e anunciou a intenção de dar sequência ao aperto monetário com uma nova alta de pelo menos a mesma magnitude em sua próxima reunião.

Em nota, analistas da Genial Investimentos avaliaram que esses são todos sinais "positivos para a trajetória do real nos próximos meses, apesar da postura mais dura do Fed [banco central dos EUA]".

Um maior diferencial de juros entre o Brasil e países de economias avançadas tende a beneficiar o real, principalmente devido a estratégias de carry trade. Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Além da expectativa de juros mais altos no Brasil, Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos, disse que a notícia de conclusão da votação da medida provisória da privatização da Eletrobras também ajudou a moeda doméstica nesta sexta.

Para ele, em meio a um cenário benigno, "continuamos trabalhando com uma tendência de baixa do dólar".

Na semana, a moeda americana acumulou queda de 0,98% ante o real.

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