A guerra do preço do barril do petróleo, que balançou mercados em todo o mundo este ano, chegou ao fim. Arábia Saudita e Rússia chegaram a um acordo para reduzir a produção da commodity, junto com outros membros da aliança Opep+
É um esforço para poupar o mercado de um colapso causado pela pandemia do novo coronavírus.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e seus aliados, reunidos em videoconferência, concordaram em reduzir a produção em cerca de 10 milhões de barris por dia em maio e junho, disseram delegados enviados à reunião, pedindo para não serem identificados antes de uma declaração oficial.
As informações são da agência de notícias Bloomberg.
A Arábia Saudita e a Rússia, os maiores produtores do grupo, reduzirão a produção para cerca de 8,5 milhões por dia, com todos os membros concordando em reduzir a oferta em 23%, disse um delegado.
O acordo provisório ocorreu após forte pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, e de parlamentares americanos, que temem milhares de perdas de empregos na área de xisto dos EUA, sem mencionar o caos em Wall Street.
A queda nos preços também ameaçou a estabilidade de países dependentes de petróleo e forçou empresas do setor a controlar os gastos.
O petróleo Brent apagou os ganhos anteriores, caindo 2,3% a US $ 32,10 por barril em Londres. Os preços caíram pela metade este ano, com a disseminação do coronavírus coincidindo com uma amarga guerra de preços que viu os produtores inundarem o mercado.
"O Covid-19 é uma ameaça invisível que parece estar afetando tudo em seu caminho", disse Mohammad Barkindo, secretário-geral da Opep, em discurso na reunião online. "Os fundamentos da oferta e demanda estão terríveis" e o excesso de oferta esperado, principalmente no segundo trimestre, está "além de tudo o que vimos antes".
A Rússia insistiu que os EUA, em particular, façam mais do que apenas permitir que as forças do mercado reduzam sua produção recorde. Enquanto isso, Trump disse que o corte da América acontecerá "automaticamente", à medida que os baixos preços colocarem o xisto em apuros, um sentimento reiterado por seu secretário de Energia.
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