SANTIAGO, CHILE – A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou nesta terça-feira (19) que decidiu elevar a nota de crédito soberano do Brasil.
Agora, o país a ter nota BB (antes, era classificado como BB-), ainda em grau especulativo, mas a um passo de atingir o chamado grau de investimento, uma condição atribuída por agências internacionais de classificação de risco a papéis, empresas ou países para definir que se trata de um investimento seguro – ou seja, com baixo risco de calote.
Ao elevar a nota do país, a agência citou a aprovação da reforma tributária, que já havia sido mencionada como uma das condições para aumento do rating do Brasil.
Em junho, a S&P havia melhorado a perspectiva de longo prazo do Brasil de "estável" para "positiva", mas manteve a nota de crédito soberano de longo e curto prazo.
Na ocasião, a agência afirmou que o que poderia elevar a nota de crédito do Brasil seria a capacidade do governo brasileiro de adotar medidas econômicas pragmáticas que conseguissem conter "vulnerabilidades nas finanças públicas do país".
"A chave para isso seria a aprovação de reformas adicionais – entre elas uma reforma tributária atualmente em debate", disse a S&P em junho.
Na última sexta (15), a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária, que unifica cinco tributos sobre consumo e coloca o Brasil no mapa dos países que adotam um sistema IVA (Imposto sobre Valor Agregado), no Congresso. Agora, a proposta segue para sanção.
Em nota, o Tesouro Nacional afirmou que o anúncio da S&P "confirma a melhora da trajetória da nota de crédito diante da continuidade dos esforços empreendidos pelo governo para promover as reformas necessárias ao país e à consolidação fiscal".
"A elevação do rating pela S&P evidencia que estamos no caminho certo, com medidas corretas que estão colocando o país na rota do desenvolvimento econômico e social sustentável", disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou em rede social que a elevação da nota de crédito confirma que o país "está no rumo certo".
A S&P Global Ratings é uma das três maiores agências de classificação de risco do mundo, e suas notas de crédito consistem em avaliações da probabilidade de um emissor de títulos honrar com suas obrigações financeiras. Por isso, investidores internacionais ficam de olho nas notas dadas por essas agências na hora de escolher onde aportar seus recursos.
Se o investidor acredita que, mesmo com uma nota menor, vale a pena apostar nos títulos do país, ele então cobra um prêmio maior, adequado ao risco oferecido pelo emissor. Vale ressaltar que essas notas não são medidas absolutas, mas apenas uma ferramenta utilizada no processo de tomada de decisões de investimentos.
Ao lado da Moody's e da Fitch Ratings, a S&P Global é uma das três agências de risco de maior visibilidade no mundo.
Em julho deste ano, a Fitch elevou a nota de crédito soberano do Brasil de BB- para BB, mantendo a perspectiva do rating estável.
Segundo a Fitch, a decisão refletiu um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado, além da agenda de reformas colocada em prática durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT ), com o avanço da reforma tributária e do arcabouço fiscal no Congresso. Também pesaram na reavaliação da agência a reforma da Previdência e a independência do BC (Banco Central).
Na Moody's, por sua vez, o Brasil permanece com a nota Ba2, o equivalente ao nível BB. Em ambas as casas a perspectiva de longo prazo para o país é "estável".
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