A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu nesta terça-feira (15), em 170 mil barris por dia (bpd) sua previsão para o crescimento da demanda global por petróleo em 2021. Para 2020, a expectativa contida no relatório de dezembro, publicado nesta terça, é bastante similar ao relatório do mês anterior, com corte de 50 mil bpd. A AIE diz que a redução na expectativa para aumento na demanda no próximo ano foi fruto de mais um corte na previsão para a demanda por combustíveis par aviação e querosene.
"Em 2021, a demanda por gasolina e diesel deve retornar a 97% a 99% de seus níveis de 2019", compara a AIE, após o choque do ano atual com a pandemia da Covid-19. A entidade sediada em Paris diz também que a oferta global de petróleo subiu 1,5 milhão de bpd em novembro, a 92,7 milhões de bpd, com os Estados Unidos recuperando-se de problemas recentes com furacões em zonas produtoras e a Líbia elevando sua produção.
Em dezembro, a AIE diz que a oferta global da commodity pode aumentar mais, além de lembrar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) elevou sua cota de produção no atual acordo em 500 mil bpd em janeiro. A Opep+ domina o crescimento global da oferta no curto prazo, afirma a AIE. Em 2021 como um todo, produtores de fora da Opep e também da Opep+ devem aumentar sua produção em 400 mil bpd, após queda de 1,3 milhão de bpd em 2020, diz o relatório.
A Opep+ registrou 101% de cumprimento de seu acordo para conter a oferta em novembro, segundo a AIE. Já os EUA tiveram aumento de 500 mil de bpd em sua produção em novembro ante o mês anterior, a 11,1 milhões de bpd.
A AIE aponta ainda que os preços do petróleo reagiram em novembro. Os contratos futuros do Brent subiram US$ 2,46 no mês passado, a US$ 43,98 em média, fechando em US$ 49,97 em 11 de dezembro. O relatório lembra que o Brent superou a marca de US$ 50 o barril em dezembro.
Para a AIE, há uma "euforia compreensível" com o início de programas de vacinação, o que explica em parte os preços mais altos. A entidade lembra, porém, que ainda levará "vários meses" até que uma parcela considerável das pessoas tenham sido vacinadas, a ponto de afetar a demanda por petróleo. Adverte também para o risco trazido pela nova onda da Covid-19 e de mais medidas de restrição à circulação para conter o vírus.
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