Novos surtos da Covid-19 e medidas como lockdowns para conter a disseminação do vírus têm pesado sobre o consumo de petróleo e contêm uma retomada na demanda, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório mensal, publicado nesta terça-feira (19). No documento, a AIE cortou suas projeções para a demanda em 2021 em 280 mil barris por dia (bpd), a 5,5 milhões de bpd.
O panorama pior é fruto sobretudo do início deste ano, com uma redução de 600 mil bpd em suas previsões para a demanda no primeiro trimestre, além de um corte de 300 mil bpd em sua projeção para o segundo trimestre e de 100 mil bpd no terceiro trimestre. Com esforços globais pela vacinação em andamento, a expectativa é mais adiante pelo fim das restrições de movimento que contiveram a demanda pela commodity em 2020, diz a AIE. Para a entidade, medidas de distanciamento, shutdowns e fechamentos de fronteiras, entre outras políticas, devem continuar a conter a demanda por combustível até que as vacinas estejam bem disseminadas, "mais provavelmente apenas no segundo semestre deste ano". Temperaturas mais frias registradas na Ásia e na Europa em janeiro compensam apenas em parte o impacto das políticas mais rígidas, diz a AIE.
Segundo a entidade, a demanda vinha se recuperando em 2020, mas a retomada desacelerou de modo considerável em novembro e foi revertida em dezembro, diante de cepas mais transmissíveis da Covid-19 em circulação.
A AIE também cortou suas projeções para uma contração na demanda global por petróleo no quarto trimestre de 2020 em 215 mil bpd, projetando com isso agora um corte de 6,4 milhões de bpd na demanda nesse período. Enquanto isso, a oferta de petróleo seguiu constante, segundo a agência. A oferta global foi de 92,8 milhões de bpd em dezembro, uma alta modesta ante o mês anterior.
Ainda no relatório, a AIE aponta que o nível de cumprimento do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para conter a oferta da commodity foi de 100% em dezembro. A produção da Arábia Saudita ficou estável no mês passado, em 8,99 milhões de bpd, e a da Rússia subiu a 9,13 milhões de bpd, diz a agência. Os estoques globais de petróleo, por sua vez, recuaram 2,6 milhões de bpd no quarto trimestre de 2020, diz ainda o relatório.
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