Em meio à alta registrada nos preços dos alimentos, o governo elevou a previsão de inflação para este ano e para o ano que vem. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020 subiu de 1,8% para 3,1%.
O Ministério da Economia diz que o principal responsável pela elevação da projeção foi o grupo alimentício, que mostrou elevação durante a pandemia. O governo já cortou tarifas de importação sobre arroz, milho e soja para tentar conter os preços.
A inflação acumulada do IPCA em 12 meses do grupo Alimentação no Domicílio, após atingir um valor mínimo de 5,06% em março, acelerou até alcançar 18,41% em outubro (último dado disponível).
"Contudo, o comportamento das demais categorias de produtos continua contribuindo de forma a manter a variação do índice geral dentro do intervalo de tolerância", afirma a Secretaria de Política Econômica.
O grupo Alimentação no Domicílio é composto de 16 itens dos quais 4 que mais chamam atenção em termos de impacto de inflação no domicílio em outubro. São eles Cereais, leguminosas e oleaginosas (58,59% de alta acumulada em 12 meses), Tubérculos, raízes e legumes (21,69%); Carnes (36,42%); e Óleos e gorduras (49,61), este último com destaque para Óleo de soja (85,78%).
Por outro lado, diz o Ministério, alimentação fora do domicílio apresentou variação de 4,69%.
Atualmente, a meta de inflação encontra-se em 4% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para 2021, a previsão é que o IPCA suba ainda mais, para 3,2% (em setembro, a previsão era de 2,94%). No ano que vem, a meta de inflação é de 3,75% (também com 1,5 ponto percentual de tolerância).
A previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 4,7% para 4,5%. De acordo com o Ministério da Economia, a mudança reflete os resultados positivos dos principais indicadores mensais, com destaque para a agricultura.
O presidente do BC reafirmou, em evento virtual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta terça-feira (17), que a alta nos preços observada nos últimos meses, especialmente de alimentos, deve ser temporária.
"Existem dois grupos de economistas, um está mais preocupado com a inflação, mas entende que as expectativas ainda estão na meta, outro, como nós, acreditam que é uma pressão temporária", avaliou.
Ele atribuiu a aceleração da inflação ao câmbio, ao auxílio emergencial e ao que chamou de "efeito substituição". "Como as pessoas não estão gastando com serviços e viagens, há essa poupança circunstancial, o que leva a esse efeito e aumento da alimentação no domicílio", explicou.
"É importante destacar que o BC está olhando [para a inflação] e monitorando", completou.
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