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Americanas promete não demitir em massa nem fechar lojas até 19 de março

Americanas promete não demitir em massa nem fechar lojas até 19 de março

Em reunião nesta sexta (3), empresa também se comprometeu a comunicar cortes pontuais de funcionários com antecedência ao sindicato

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 17:59

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SÃO PAULO - A Americanas, uma das maiores varejistas do país, que entrou em recuperação judicial no último dia 19 de janeiro, com dívidas declaradas de R$ 43 bilhões, informou nesta sexta-feira (3) a representantes de sindicatos de comerciários que não vai promover demissão em massa ou fechamento de lojas até 19 de março, quando apresentar o seu plano de recuperação judicial.

"Até lá, a empresa se comprometeu a comunicar cortes pontuais com antecedência ao sindicato", informou à reportagem Nilton Neco Souza da Silva, representante dos comerciários na Força Sindical e presidente do sindicato dos empregados no comércio de Porto Alegre (RS).

Fachada de Lojas Americanas no Centro de Vitória
Fachada de Lojas Americanas no Centro de Vitória. (Fernando Madeira)

Além de Neco, participaram da reunião com representantes da Americanas o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, que também está à frente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo; o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, Márcio Ayer; e o presidente da Fecomerciários (Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo), o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP).

Por parte da empresa, participaram o diretor de gente, José Mauro Barros, o gerente de relações sindicais, Lúcio Marques, e a coordenadora do departamento de administração de pessoal, Joanna Pereira.

De acordo com as entidades, a Americanas já soma quase 17 mil ações trabalhistas, que juntas representam uma dívida de R$ 1,53 bilhão. Antes do encontro, as centrais sindicais promoveram um ato na Cinelândia, centro do Rio, em defesa dos 45 mil trabalhadores diretos da Americanas. A varejista soma ainda cerca de 60 mil indiretos.

"Nós já entramos com uma ação na Justiça para bloquear este valor de R$ 1,53 bilhão dos principais acionistas da Americanas. Não conseguimos a liminar, mas o processo continua", diz Ricardo Patah.

A Americanas deu início no último dia 31 ao corte de pessoal, começando pelos terceirizados. Desde o início da recuperação judicial até o momento, segundo a empresa relatou aos sindicatos, foram dispensadas 50 pessoas, incluindo a equipe que cuidava do serviço de televendas. Outros cortes realizados desde então foram pontuais, informou a varejista às entidades.

Na pressa em apresentar a sua recuperação judicial para não ter seus recebíveis bloqueados por bancos credores, a empresa não incluiu os funcionários no pedido. Com isso, o valor devido aos trabalhadores dispensados não poderá entrar no processo e deverá ser pago normalmente pela empresa.

Segundo Neco, uma nova reunião com a Americanas, os sindicatos e um representante do Ministério Público do Trabalho deve ocorrer neste mês, depois do Carnaval, para que a varejista atualize os representantes a respeito do plano de recuperação judicial.

"Eles disseram que, no momento, não têm dados sobre quantas lojas seriam fechadas e quantos funcionários seriam demitidos. Estão estudando", diz Silva.

"Prometeram transparência e trabalho em conjunto", afirmou Ricardo Patah.

Questionada pela reportagem a respeito do encontro com sindicatos, a Americanas respondeu, em nota, que vai continuar cumprindo com suas obrigações trabalhistas e que "pode haver reestruturações" como parte do processo de recuperação judicial. 

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