BRASÍLIA - O ONS (Operador Nacional do Sistema) informou um problema no sistema nacional que levou a interrupção no fornecimento de 16 mil MW de carga em Estados do Norte e Nordeste do Brasil, na manhã desta terça-feira (15). Estados do Sul, do Sudeste e do Centro Oeste também foram afetados.
A interrupção ocorreu devido à abertura, às 8h31, da interligação Norte/Sudeste. As causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas. Segundo investigações iniciais, o problema teria começado na subestação Xingu, no Pará, que é ligada a usina de Belo Monte, onde ocorreu o último grande apagão nacional, em 2018.
Essa interligação é o conjunto de linhas de transmissão que ligam as instalações de geração das regiões Norte e Nordeste com as instalações majoritariamente de consumo da Região Sudeste do Brasil.
A recomposição já foi iniciada em todas as regiões, e 6 mil MW já tinham sido recompostos até às 9h16.
No Estado do Rio de Janeiro, a concessionária Light registrou falta de energia na manhã desta terça em trechos de bairros das zonas norte e oeste da capital e também em pontos da Baixada Fluminense.
Segundo a empresa, o serviço foi restabelecido gradativamente após autorização do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). A Light é responsável pela distribuição de energia em 31 municípios do Rio de Janeiro.
"A Light informa que a energia foi totalmente restabelecida nas regiões impactadas pela atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS), na manhã de hoje (15/8)", disse a concessionária.
"O ERAC é um procedimento que acontece de forma automática quando alguma ocorrência é identificada no Sistema Interligado Nacional e ocorre para proteger o sistema elétrico de danos maiores", acrescentou.
Em nota, a Equatorial Energia, uma das empresas com distribuidoras afetadas pela ocorrência, afirmou que, segundo informações preliminares, houve atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga, um mecanismo de proteção da rede para tentar restringir a perda de carga no sistema.
"Em todos os Estados em que há concessão do Grupo (Alagoas, Amapá, Maranhão, Goiás, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul), a normalização já foi iniciada", disse a Equatorial.
No Rio Grande do Sul, a RGE, que atende a 65% dos municípios gaúchos (381), confirmou interrupção de energia pra 445 mil clientes, cerca de 15% das conexões.
A CEEE Equatorial, presente em 72 cidades, confirmou problemas, mas não soube informar a quantidade de clientes afetados. Disse que "aguarda autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico para normalizar as cargas afetadas".
A Copel, empresa que distribui energia no Paraná, confirmou que "dezenas de cidades" foram afetadas, mas acrescenta que o fornecimento "já começou a ser restabelecido e deve ser concluído em breve".
"Por volta das 8h30, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) realizou um corte de carga em diversos estados do Brasil, entre eles o Paraná, em função de um problema na interligação do sistema elétrico entre as regiões Norte - Nordeste e Nordeste - Sudeste. Esse mecanismo de corte de carga é conhecido como Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) e atua preventivamente, quando necessário, para evitar impactos maiores no funcionamento do sistema elétrico nacional", diz a Copel, em nota.
Em Salvador, o apagão provocou suspensão do funcionamento do Metrô que interliga a capital baiana e Lauro de Freitas, na Região Metropolitana.
O sistema metroviário foi evacuado e as operações, temporariamente suspensas. Os acessos às estações ficarão fechados até o retorno da energia elétrica.
Em Pernambuco, houve relatos de queda de energia em cidades da região metropolitana do Recife e no interior do estado.
A Neoenergia, concessionária responsável pelo fornecimento de energia no estado, disse, em nota, que, "uma ocorrência de grande porte no Sistema Interligado Nacional (SIN) afetou o suprimento de energia em diversos estados brasileiros" e que informações sobre as causas da ocorrência devem ser disponibilizadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta