Apesar de indicadores econômicos ainda vacilantes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quarta-feira (28) que a economia brasileira está "bombando" e "voando".
"O Brasil está bombando, esses 5,5% (de crescimento) não é brincadeira. E os mesmos que previram que o Brasil iria cair 10% e caiu 4%, que previram o Brasil iria ficar lá embaixo e voltou em V, que previram que esse ano não iria ter crescimento e nós vamos crescer 5,5%, eles estão fazendo rolagem da desgraça, desgraça agora é o ano que vem, ano que vem o Brasil não vai crescer nada. Vão estar errados de novo", disse.
"Essa ideia de que o Brasil não vai crescer no ano que vem é política, é blá blá blá", disse o ministro no V Fórum Nacional do Comércio, promovido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). "Nós voltamos em V", voltou a afirmar o ministro. "Eu acho que a economia está voando. Ela está vindo com força, os juros vão subir um pouco, para tentar frear a inflação, mas as duas coisas são indissociáveis, o crescimento está contratado".
Contudo, o país ainda tem 14,4 milhões de desempregados, a inflação já passou dos dois dígitos no acumulado em 12 meses até a metade de setembro - o IPCA-15 registrou alta de 10,05% no período. A situação econômica em meio à dificuldade de lançar o Auxílio Brasil, inclusive, já faz com que o governo tenha passado a discutir a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial, como revelou o Broadcast.
De acordo com projeções do mercado compiladas pelo mais recente boletim Focus, divulgada na segunda-feira passada, o índice oficial de preços do País, o IPCA, deve chegar a 8,45% em 2021; a desocupação deve fechar em 13% e o avanço do PIB deve ser de 5,04%.
A escalada inflacionária foi reconhecida pelo ministro, mas que jogou a responsabilidade no colo do Banco Central. "A inflação está subindo? Gaveta 18, BC independente, é o gato que caça esse rato", declarou.
Guedes também afirmou no evento que os programas criados pelo governo durante a pandemia são muito elogiados no exterior. "Do fundo do poço até hoje, criamos 3 milhões de empregos", ressaltou o ministro. "A pandemia foi terrível. Muito medo, muito receio, não se sabia o que era o futuro", acrescentou. Guedes lembrou ainda que o País vive uma crise hídrica "quando saiu", nas palavras dele, da segunda onda da pandemia.
O chefe da Economia também reconheceu a participação do Congresso Nacional e do STF na criação de mecanismos para enfrentar os impactos econômicos da Covid-19. "Não faltou dinheiro para saúde, mas não houve abuso, não virou gasto permanente", defendeu Guedes, que também chamou os empresários de "a força do Brasil".
O ministro ainda afirmou que as reformas econômicas foram mantidas, apesar da dificuldade do governo em avançar com os projetos da tributária e da administrativa, além dos projetos de privatizações. "Não vamos parar, vamos seguir fazendo reformas até o último dia", afirmou. "Estamos tomando medidas estruturais que são necessárias".
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