O aplicativo lançado nesta terça-feira (7) que possibilita o cadastro para recebimento do auxílio emergencial pode não alcançar todos os possíveis beneficiários, afirmam especialistas.
Apesar de a medida ser voltada para os autônomos que não estão no Cadastro Único do governo e de também possibilitar o saque por meio das lotéricas, trabalhadores e famílias das regiões mais periféricas do país podem encontrar dificuldades no acesso ao aplicativo -seja pela dificuldade de acesso aos canais digitais ou pela impossibilidade do saque presencial.
Segundo o coordenador do centro de estudos em microfinanças e inclusão financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas), Lauro Gonzalez, é preciso pensar em canais alternativos de distribuição para esses recursos.
"Não dá para contar só com conta corrente. Tem que pensar em contas de pagamento e instituições de microcrédito para conseguir ampliar a porcentagem de alcance. Mesmo assim, a medida ainda não vai alcançar todo mundo", disse.
Segundo ele, caso os recursos cheguem à todas as pessoas necessitadas, o potencial de alcance chega a um terço da população ocupada do país.
"O primeiro desafio é encontrar essas pessoas. O segundo é a distribuição efetiva de recursos com a cautela necessária para evitar aglomerações ante o atual cenário [de coronavírus]", disse.
Para a presidente da Abcred (Associação Brasileira das Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças) Claudia Cisneiros, métodos de auxílio para o cadastro também são necessários.
"Colocamos todos os nossos assessores à disposição para auxiliar nesse cadastro. Muitas têm dificuldade com canais digitais, outros são semianalfabetos. É preciso pensar nessas pessoas", disse.
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