A varejista de moda Zara, do grupo espanhol Inditex, vai fechar sete lojas no Brasil. O número representa pouco mais de 10% do total de espaços físicos que a empresa mantém abertos no país. Uma das lojas é a de Vila Velha, no Espírito Santo, como noticiou em primeira mão a colunista Beatriz Seixas, de A Gazeta.
Pessoas ligadas à empresa, que pediram para que seus nomes fossem mantidos em sigilo, afirmam que o movimento não tem ligação com a pandemia do novo coronavírus.
Segundo elas, os fechamentos começaram no ano passado e fazem parte de uma estratégia de digitalização da empresa, que já foi anunciada há sete anos e também está sendo feita em outros países em que a empresa mantém operações.
Em junho, a Inditex, maior varejista de roupas do mundo e dona das redes Zara e Massimo Dutti, sofreu seu primeiro prejuízo trimestral como empresa de capital aberto e anunciou um plano de 2,7 bilhões de euros (R$ 17,58 bilhões) que prevê o fechamento de 1.200 lojas como parte de uma tentativa de impulsionar as vendas online.
A empresa reportou um prejuízo líquido de 409 milhões de euros nos três meses até o final de abril de 2020, em comparação com um lucro de 734 milhões de euros no mesmo período de 2019.
O grupo espanhol estabeleceu na quarta-feira (10) metas de vendas online que representarão 25% do total de vendas até 2022, contra 14% no ano passado.
As lojas fechadas são as menores da rede brasileira e são as que não comportam o que a empresa chama de estrutura tecnológica que é necessária para unir canais físicos com o online.
Com a nova estratégia, no entanto, algumas cidades deixarão de ter o atendimento presencial. É o caso de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Joinville, em Santa Catarina, e Uberlândia, em Minas Gerais.
As lojas de São Bernardo do Campo, em São Paulo, Vila Velha, no Espirito Santo, e São José, em Santa Catarina, também estão na lista das que serão fechadas, mas os municípios contam com outras opções em cidades vizinhas.
Por fim, uma das duas lojas de Goiânia também terá a sua operação suspensa.
As duas lojas da lista que são de Santa Catarina, Joinville e São José, foram fechadas no ano passado.
Mesmo com os fechamentos, a Zara ainda terá 49 lojas no Brasil. A empresa deve fechar mais de 1.200 pontos em todo o mundo, como parte do foco em lojas que comportem também o atendimento digital.
No início do ano, outra varejista de moda, a Forever 21, anunciou que vai fechar todas as 11 lojas nos shoppings da rede Multiplan.
São unidades de shoppings como Morumbi, Vila Olímpia e Anália Franco (São Paulo), Brasília, Ribeirão Preto (SP), Canoas (RS), entre outras.
A empresa alegou que não conseguiu chegar a um acordo na negociação dos contratos de aluguel.
Em 2019, a empresa americana entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, onde fica sua matriz.
Analistas americanos afirmaram na época que a marca falhou no momento de reagir ao avanço das vendas online, assim como ao impacto da mudança de atitude dos consumidores pelo impacto no meio ambiente das redes 'fast fashion' e sua preocupação com as condições de trabalho nas fábricas que elaboram seus produtos.
A Multiplan não comenta o assunto, mas pessoas ligadas à empresa afirmam que a discussão foi amigável, mas que não foi possível chegar a um acordo e que a empresa não deixou dívidas, já que as dívidas foram trocadas pelos pontos.
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