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Aumento da conta de luz deve eliminar 166 mil empregos em 2021, aponta CNI

Aumento da conta de luz deve eliminar 166 mil empregos em 2021, aponta CNI

Segundo a pesquisa, para 2022, a perda no PIB pode chegar a R$ 14,2 bilhões, 0,19% a menos na comparação com os valores de 2021

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 11:27

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Energia elétrica
De acordo com cálculos, a conta de luz das famílias subirá 6,77% em 2021 e 18,8% em 2022. (Pixabay)

Consequência da pior crise hídrica dos últimos 90 anos, o aumento no preço da conta de luz deve derrubar o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em R$ 8,2 bilhões em 2021, queda de 0,11% em relação a 2020. Como consequência, a inflação sobre a energia elétrica deve resultar numa perda de 166 mil empregos no fim do ano. A conclusão está em um estudo publicado nesta quarta-feira (3) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Segundo a pesquisa, para 2022, a perda no PIB pode chegar a R$ 14,2 bilhões, 0,19% a menos na comparação com os valores de 2021. De acordo com os cálculos da confederação, a conta de luz das famílias subirá 6,77% em 2021 e 18,8% em 2022, com a criação da bandeira escassez hídrica e os reajustes das tarifas de energia. Esses aumentos devem provocar redução do consumo das famílias em R$ 7 bilhões em 2021 e de R$ 12,1 bilhões em 2022, a preços de 2020.

A CNI estima ainda que a bandeira tarifária tem peso de 13,23% na conta de luz total das famílias. "O aumento total de 127,5% [em 2021] na bandeira tarifária deve se refletir em um aumento de 16,87% na conta de luz das famílias em relação ao valor inicial da bandeira vermelha patamar 2", calcula a instituição.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou no fim de agosto um novo patamar da bandeira tarifária, chamado "bandeira escassez hídrica", no valor de R$ 14,20 por 100 kWh. É quase 50% a mais que o do patamar 2 da bandeira vermelha, a R$ 9,49. O modelo de cobrança deve vigorar até abril de 2022.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o reajuste se deve ao custo adicional projetado de R$ 8,6 bilhões com energia de setembro a novembro, o que inclui importação da Argentina e do Uruguai e ativação de novas termelétricas. Essas medidas são necessárias para suprir a necessidade de 5,5 GW de energia a ser acrescentada ao SIN (Sistema Interligado Nacional).

Os níveis dos principais reservatórios do Brasil baixaram ao longo deste ano, provocando a pior crise hídrica dos últimos 90 anos segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Nas regiões Sudeste e Centro Oeste, que concentram 70% de toda a água do país, o nível médio dos reservatórios é inferior a 20%. Para funcionar, reservatórios de água de usinas hidrelétricas devem operar com, pelo menos, 10% da sua capacidade. Segundo o ONS, abaixo desse percentual, as turbinas ficam comprometidas e há o risco de suspensão repentina do fornecimento de energia.

SETORES DA INDÚSTRIA

A CNI projeta redução do PIB industrial de R$ 2,2 bilhões em 2021 e de R$ 3,8 bilhões em 2022 com os efeitos da alta da energia elétrica. A indústria de transformação deve responder por R$ 2,9 bilhões dessa queda, no acumulado dos dois anos.

Os setores industriais mais impactados com a tarifa energética serão os gás natural e outras utilidades; metalurgia; fabricação de peças e acessórios para veículos automotores; produção de ferro gusa; ferroligas; siderurgia e tubos de aço; fabricação de produtos de madeira; mineração; têxteis; celulose e papel, além do próprio setor de energia elétrica.

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