A alta no preço da gasolina, após alguns meses de quedas pressionadas pela pandemia da Covid-19, fez com que a prévia da inflação de julho ficasse em 0,30%, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).
De acordo com o instituto, a gasolina subiu 4,47%, puxando a alta no grupo dos Transportes para 1,11% e exercendo o principal impacto sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
No último dia 8, a Petrobras havia anunciado que iria subir em 5% o preço da gasolina, no que foi o oitavo aumento seguido desde maio, quando a empresa iniciou o ciclo de alta, acompanhando a recuperação das cotações internacionais do preço do petróleo após a reabertura da economia em diversos países.
O reajuste levou o litro da gasolina a sair das refinarias da estatal por um valor de R$ 1,65, em média, o que equivale a uma proporção 60% superior ao preço vigente antes do início da sequência de aumentos. A política de preços da Petrobras acompanha as cotações internacionais dos combustíveis.
No início da pandemia, os preços registraram quedas acentuadas, com a gasolina chegando a custar cerca de R$ 0,90 nas refinarias. A alta recente acompanhou as cotações do petróleo, que se recuperaram nas últimas semanas após o relaxamento das medidas de distanciamento social principalmente da Europa e nos Estados Unidos.
A pandemia foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março. A partir da segunda quinzena de março, estados e municípios estipularam restrições à circulação de pessoas, com o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de conter o avanço da doença. Com menos gente nas ruas, o preço da gasolina começou a cair.
De acordo com o IBGE, outros combustíveis também subiram na análise do IPCA-15 de julho: etanol (4,92%), óleo diesel (2,50%) e o gás veicular (0,01%). Transportes também aumentou o preço nas tarifas de metrô (2%), puxada principalmente pelo reajuste de 8,70% nas passagens do Rio de Janeiro.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, cinco apresentaram alta em julho.
Habitação subiu 0,5% por causa do aumento das tarifas de energia elétrica (1,03%) em seis regiões do Brasil. Em Fortaleza, por exemplo, a alta foi de 5,15%. Outros itens que registraram aumento foram a taxa de água e esgoto (0,13%) e o gás encanado (0,08%).
O grupo do Vestuário apresentou deflação de 0,91%, com queda nos preços das roupas feminina (-1,32%) e masculina (-1,18%), além de infantis (-0,59%), calçados e acessórios (-0,88).
O ramo de Alimentação e bebidas, por sua vez, apresentou queda de 0,13%, interrompendo quatro meses seguidos de altas. Caíram os preços de tomate (-22,75%), a batata-inglesa (-20,70%), a cenoura (-18,60%) e a cebola (-7,09%).
Nos índices regionais, só o Rio de Janeiro (-0,07%) teve deflação no IPCA-15 de julho, puxado pela queda nos preços de alimentos e transporte por aplicativo. Por outro lado, Curitiba registrou a maior inflação (0,76%), pressionado pela alta dos combustíveis.
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