Os bancários começaram nesta terça-feira (4) as negociações da convenção coletiva da categoria reivindicando a inclusão de cláusulas para a regulamentação do home office.
O Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria, pede que as empresas forneçam equipamentos adequados, paguem as despesas com energia elétrica e internet, treinem os trabalhadores que permanecerão no regime, marquem reuniões com ao menos 24 horas de antecedência e controlem a jornada.
O comando pede ainda que os bancos não imponham metas superiores às cobradas do trabalhador presencial e que seja criado um grupo de acompanhamento do home office formado por representantes dos trabalhadores e da empresa.
Nessa primeira reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), não houve acordo sobre a regulamentação, mas o assunto deve ser retomado ao longo de agosto, quando ocorrem as negociações da convenção.
Segundo pesquisa feita com 11 mil bancários pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), vinculada à CUT, 78% dos respondentes afirmaram que tiveram aumento na conta de luz e 42% afirmaram que gostariam de adotar um regime híbrido de trabalho.
Uma segunda rodada de negociações com a Fenaban foi realizada nesta quinta (6) sobre manutenção do emprego. A categoria teme que, diante da adoção do home office e da ampliação da digitalização dos serviços, os bancos reduzam seus quadros.
"A aplicação de tecnologia precisa de fato gerar ganhos para todos os agentes envolvidos no processo, ou seja, empresas, trabalhadores e consumidores, no entanto, não é o que se observa no caso dos bancos. Os clientes seguem pagando as mais elevadas taxas de juros e tarifas bancárias do mundo", afirma a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.
Na próxima semana, estão previstas reuniões para negociação de cláusulas referentes a saúde e condições de trabalho, igualdade e questões sociais.
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