O banco de desenvolvimento do governo americano, o DFC (U.S. International Development Finance Corporation), anunciou nesta segunda-feira (19) a liberação de US$ 984 milhões (cerca de R$ 5,4 bilhões) em financiamentos no Brasil.
Segundo o banco estatal de fomento, criado no ano passado com foco em objetivos geopolíticos de Washington, o montante se divide em quatro projetos.
O primeiro deles, no valor de US$ 400 milhões (R$ 2,23 bilhões), refere-se a um repasse para o banco Itaú Unibanco, dirigido à concessão de crédito às PMEs (Pequenas e Médias Empresas) afetadas pela pandemia do novo coronavírus.
Esse empréstimo busca criar ambiente para uma resposta rápida à Covid-19 do DFC e é voltado a mulheres, prioritariamente em áreas menos desenvolvidas.
As condições do empréstimo, como prazos e taxa de juros, não foram divulgadas.
Em outra frente, o banco de desenvolvimento também anunciou um investimento de US$ 25 milhões (R$ 139 milhões) para o aumento da capacidade de produção de uma mina de cobalto no Piauí.
O DFC também anunciou a concessão de outros US$ 259 milhões (R$ 1,4 bilhão) por meio de duas cartas de intenção. Uma delas se refere à garantia de investimento para a modernização e reforma de luminárias públicas no Rio de Janeiro. A segunda é voltada à instalação de câmeras, pontos WiFi e controladores de trânsito.
Por fim, o banco também anunciou a liberação de mais US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) para ampliar a carteira de financiamento do BTG Pactual voltada às PMEs.
As ações do DFC fazem parte da agenda de anúncios programados para ocorrer durante a visita de autoridades americanas ao Brasil que ocorre segunda e terça-feria (20) em São Paulo e Brasília. A comitiva é chefiada por Robert O'Brien, Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, prevê reuniões em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro Paulo Guedes (Economia).
A principal medida da visita deve ser o anúncio, na noite desta segunda, de um pacote de medidas para incrementar o comércio entre os dois países com isenções tributárias.
Está prevista a assinatura de três protocolos em um pacote voltado a agilizar transações comerciais. As medidas são apoiadas pelo setor privado, principalmente pela indústria, e envolvem ações também nas áreas de boas práticas regulatórias e anticorrupção.
Segundo relataram interlocutores à reportagem, Brasil e EUA se comprometeram, por exemplo, a adotarem prazos mais curtos nos trâmites de liberação de mercadorias, além de regras para garantir que estados e governos nacionais não criem regulamentações excessivas.
Também deve constar nos protocolos um dispositivo -disse à reportagem um interlocutor- pelo qual ambos países se comprometem a consultar o setor privado antes de editar normas que impactam o comércio bilateral.
Ainda devem fazer parte dos protocolos instruções para a publicação facilitada na Internet das regras de importação-exportação dos dois governos.
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