O BNDES estima que poderá arrecadar entre R$ 19,6 e R$ 23,5 bilhões com a venda de ações que detém da Petrobras, segundo o presidente do banco, Gustavo Montezano. A operação foi anunciada nesta terça-feira (21) pela estatal.
A instituição ainda calcula quanto será possível repassar ao Tesouro Nacional, na forma de dividendos.
A operação envolve a venda de até 9,86% das ações ordinárias --com direito a voto-- da estatal, que fazem parte da carteira do banco de fomento. Não inclui os papéis da Petrobras detidos pelo BNDESPar, sua subsidiária.
O BNDES permanecerá ainda com 0,16% das ações ordinárias, via BNDESPar, e 19,05% das ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras. A ideia, porém, é se desfazer de todos os papéis.
"A venda das ações da Petrobras faz parte de uma estratégia de desinvestimento que a gente já vem pautando há alguns meses. Para relembrar: em dezembro foi Marfrig, agora em janeiro, Light, em 5 de fevereiro, em princípio, será a Petrobras", disse Montezano durante entrevista em Davos, no Fórum Econômico Mundial.
Pela regra, o banco deve repassar 60% do lucro líquido ao Tesouro e a estimativa leva em consideração os custos com impostos e outros encargos.
Essa é a continuação de uma estratégia de desinvestimento de empresas estatais que vem sendo conduzida pela equipe econômica do governo Jair Bolsonaro. Além dos desinvestimentos feitos pelo BNDES, a própria Petrobras vendeu o controle que detinha na BR Distribuidora.
Além disso, a Caixa vendeu ações da estatal e também do Banco do Brasil, dinheiro que também foi repassado ao Tesouro. Já o Banco do Brasil saiu da participação que detinha na Energisa por meio de um IPO (Oferta Pública Inicial de ações, na sigla em inglês).
Na entrevista a jornalistas, Montezano também quis fazer um esclarecimento sobre o resultado e o valor da auditoria no banco, realizada a título de "abrir a caixa-preta do BNDES", como o presidente Jair Bolsonaro chamava a busca de irregularidades nos investimentos do banco durante a gestão do PT.
O banco de desenvolvimento pagou R$ 48 milhões para avaliar as operações entre a instituição financeira e as empresas JBS, Bertin e Eldorado nos anos de 2005 a 2018. A investigação não encontrou indícios de corrupção em oito transações investigadas, como mostrou o relatório publicado em dezembro do ano passado.
Segundo Montezano, a auditoria nas operações com a JBS foi encomendada pela direção passada e herdada por sua gestão. Quando assumiu, 90% do trabalho estava concluído.
Nesse meio tempo, ele conta que apresentou o custo estimado ao Congresso, segundo ele, preservando a transparência do processo. Inicialmente, Montezano afirmou que o levantamento custaria R$ 45 milhões, pouco menos que os R$ 48 milhões efetivamente pagos.
Na avaliação, de Montezano R$ 48 milhões é um valor elevado, mas auditorias do gênero chegam a cifras muito elevadas.
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