O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou nesta segunda (8) uma linha de R$ 2 bilhões para socorrer hospitais e laboratórios privados que enfrentam dificuldades financeiras em meio à pandemia do novo coronavírus. Os recursos não são vinculados e podem ser usados para reforçar o fluxo de caixa das instituições.
A linha é parte da terceira rodada de programas de socorro do banco estatal, que já disponibilizou R$ 138 bilhões a empresas impactadas pela crise. O setor hospitalar já havia sido beneficiado antes, com uma linha também de R$ 2 bilhões para a compra de equipamentos.
Segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o novo programa tem o objetivo de reforçar a liquidez das instituições de saúde que sofrem os efeitos da redução na procura por procedimentos médicos não relacionados à pandemia. Poderá ser usada tanto por instituições filantrópicas como não filantrópicas.
A criação de uma linha de crédito vinha sendo pleiteada pela FBH (Federação Brasileira de Hospitais), que alertava para o risco de demissões no setor. Segundo a entidade, a queda na procura por atendimentos não emergenciais chega a até 80% em alguns casos.
Além da queda de receita, os gestores dos hospitais reclamam de aumento nos gastos com materiais de proteção individual, que ficaram até 400% mais caros por causa do aumento da procura. Segundo a FBH, uma caixa de máscaras com 150 unidades, que antes era comprada por R$ 5,20, agora é encontrada por preços que variam de R$ 40 a R$ 80
Os financiamentos terão prazo de 48 meses, com 12 de carência e limite de R$ 200 milhões por grupo econômico. O custo é taxa Selic mais 1,5% ao ano, além do chamado spread de risco (taxa que varia de acordo com a análise de risco de cada instituição).
A linha permite extensão por seis meses do prazo de carência e redução dos juros para 1,1% ao ano em caso de manutenção de empregos ou reposição de postos de trabalho, seguindo nova política do banco de incluir cláusulas sociais em seus contratos de crédito.
O programa anterior, para a compra de equipamentos, tem teto de R$ 150 milhões por operação e prazo para pagamento de 60 meses, com carência de 3 a 24 meses. Os recursos podem ser gastos com leitos, insumos, peças e componentes.
A expectativa do banco é que o crédito permita a implantação de mais de três mil leitos de UTI no país. O financiamento está disponível também para produtores de equipamentos ou empresas com interesse em adaptar sua atividade para fornecer para a área de saúde.
O programa já financiou leitos no Ceará e em São Paulo, por exemplo, além de projeto de produção de monitores sinais vitais e kits de testes rápidos.
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