O Ibovespa iniciou a semana em terreno negativo, ampliando a série a quatro sessões de perdas ao fechar nesta segunda-feira em baixa de 0,45%, aos 92.375,52 pontos, em dia positivo em Nova York assim como para o petróleo. O principal índice da B3 chegou a zerar as perdas do dia e virar depois das 15 horas, com o anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que começará a comprar títulos corporativos, em estímulo à liquidez do mercado e ao crédito para grandes empregadores.
Após o anúncio, os índices de Nova York acentuavam ganhos, em torno ou acima de 1%, enquanto o Ibovespa renovava máxima da sessão (+0,34%), aos 93.111,62 pontos - na mínima, foi a 90 147,92 pontos, em baixa de 2,85%, no dia de vencimento de opções sobre ações. O giro financeiro totalizou R$ 42,6 bilhões na sessão.
Ao fim, com a perda de fôlego em Nova York, que chegou a colocar o Dow Jones em baixa perto do encerramento, o ajuste se acentuou um pouco mais na B3, afastando o Ibovespa da linha de 93 mil pontos, que ameaçou recuperar no meio da tarde.
Com o resultado desta segunda-feira, o índice se mantém acima do nível de fechamento de 2 de junho, então aos 91.046,38 pontos, encadeando naquela data o terceiro de uma série de sete ganhos consecutivos iniciada em 29 de maio, que o levaria dos 87.402,59 para a marca de 97.644.67 pontos, a melhor desde 6 de março, no encerramento de 8 de junho. Em 6 de março, o Ibovespa perdeu o nível de 100 mil pontos, ao fechar aos 97.996,77, saindo de 102 233,24 pontos no encerramento do dia anterior.
Na semana passada, com o feriado aqui em dia no qual NY caiu muito, o Ibovespa acumulou no período perda bem menor (-1,95%) do que a observada em Wall Street (de 5,52% para Dow Jones e de 4,77% para S&P 500), de forma que o leve ajuste negativo nesta segunda na B3, em dia positivo nos EUA, não chega a ser um acidente, grande evento, em pregão sem muitos catalisadores, aponta Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. No mês, o Ibovespa limita agora os ganhos a 5,69% e, no ano, cede 20,12 %.
Na agenda doméstica, a principal notícia veio da noite de domingo: o anúncio de que o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, importante interlocutor da equipe econômica com o Congresso, e reputado pelo compromisso com a responsabilidade fiscal, deixará o governo. A saída será efetivada no fim de julho, a tempo de fazer uma transição com o futuro ocupante do cargo. O substituto será Bruno Funchal, que integra a equipe do Tesouro. "Bruno Funchal é um bom nome, técnico, e se a troca não foi seis por meia dúzia, foi pelo menos seis por cinco", diz Vieira.
A saída de Mansueto "não chegou a ser uma novidade, já que ele havia manifestado essa possibilidade há algum tempo", observa Matheus Soares, analista da Rico Investimentos. "Mas como ele tem um viés liberal e vinha fazendo um excelente trabalho de consolidação fiscal, isso poderia ter afetado ainda mais o humor do mercado, que parece ter gostado da nomeação do Bruno Funchal como substituto, entendendo que com ele haverá continuidade do que vinha sendo feito pelo Mansueto", acrescenta o analista.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, destaque positivo nesta segunda-feira para Cielo (+14,01%), seguida por Via Varejo (+6,69%), Gol (+5,23%) e Suzano (+4,00%). No lado oposto, IRB cedeu 9,92%, seguida por Eletrobras ON (-3,61%). Entre as blue chips, com os contratos do Brent para agosto em alta de 2,56%, a US$ 39,72 por barril, no fechamento da ICE, Petrobras PN encerrou o dia com ganho de 0,49%, enquanto a ON subiu 0,38%. Desempenho positivo também para Vale ON, em alta de 0,90% no fechamento. Bancos e siderúrgicas tiveram dia negativo, com perdas moderadas, chegando respectivamente a 2,34% (Itaú Unibanco) e 2,39% (CSN).
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta