O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (3) que o governo tomará providências caso a escalada da crise no Oriente Médio leve a uma disparada no preço do petróleo.
As tensões na região se acirraram com o ataque americano em Bagdá (Iraque), na madrugada desta sexta, que matou o general iraniano Qassim Suleimani. Após a ação, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu "severa vingança" e anunciou três dias de luto nacional.
Além do mais, a crise impactou a cotação internacional do petróleo. O óleo Brent, negociado em Londres, chegou a subir mais de 4% no início do pregão. Por volta das 15h, porém, a alta havia recuado para cerca de 3%.
"Se [o preço do petróleo continuar a subir] tem que tomar providência. A Petrobras está se recuperando do que ela sofreu nos últimos anos, em especial no governo do PT. Quase quebraram uma estatal. A primeira estatal petrolífera quebrada do mundo, pelo que eu tenho conhecimento do porte dela. Ela está se recuperando", disse o presidente.
Apesar das declarações, ele pontuou que a linha do governo é a de não interferir nos preços dos combustíveis.
"Eu converso com o almirante Bento [ministro de Minas e Energia]. Eu converso com o presidente da Petrobras [Roberto Castello Branco], o Paulo Guedes [ministro da Economia], e nós temos uma linha de não interferir. [Vamos] acompanhar e buscar e soluções", declarou.
Como medida alternativa, ele sugeriu que governadores abram mão de possíveis ganhos com a arrecadação do ICMS caso haja um incremento do preço do petróleo, para reduzir o impacto da variação na ponta para os consumidores.
"A gente apela para governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo. Vai aumentar 20% o ICMS. Não dá para os governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde. Quando você mexe em combustíveis toda a nossa economia é afetada nesta questão".
O presidente deu as declarações após visitar novamente a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no hospital. Na quinta-feira (2), Michelle se submeteu a procedimentos cirúrgicos estéticos e deve ter alta neste sábado (4).
O mandatário afirmou que tratou da crise no Oriente Médio durante esta sexta e que o governo tem uma estratégia sobre como proceder.
"O que mais nos preocupa é a possível alta do petróleo, que está por volta de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobras; a exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, o ataque de drones, em poucos dias voltou à normalidade. A gente que acontece agora também", disse.
Ele se referiu a um ataque com drones, em setembro, reivindicado por rebeldes houthis do Iêmen contra instalações petrolíferas da Arábia Saudita.
Questionado sobre qual a posição do governo diante da ação dos norte-americanos que levou à morte do militar iraniano, Bolsonaro disse que não opinaria.
"Eu não tenho o poderia bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, opinaria", afirmou.
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