O presidente Jair Bolsonaro reconheceu e lamentou nesta segunda-feira (23), a alta no preço de alimentos, mas voltou a isentar o governo da responsabilidade pelos aumentos. Para apoiadores no período da manhã, o chefe do Executivo culpou adversários políticos e a política de isolamento social adotada no início da pandemia da Covid-19.
"O pessoal tem reclamado do preço dos alimentos. Tem subido sim além do normal. Lamento isso aí. Também é uma consequência do fica em casa. Quase quebraram a economia", disse ele.
Em mais uma crítica ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente citou suposto aumentos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos da cesta básica em São Paulo e ressaltou que a responsabilidade tem deve ser "apontada para quem de direito".
"Tem muita coisa errada mas a responsabilidade tem que ser apontada para quem de direito. Todo mundo aponta para mim essa questão dos alimentos, estamos fazendo o possível para voltar à normalidade", afirmou o presidente.
Bolsonaro ressaltou que sem medidas do governo federal, como a ajuda para pequena empresas e o auxílio emergencial, "estaria terrível a situação aqui no Brasil".
Segundo ele, as ações do governo também evitaram o desabastecimento. "O governo federal com as medidas que tomou evitou algo muito, mas muito pior do que o aumento de algum alimento, que foi o desabastecimento. Se o campo tivesse ficado em casa não teríamos comida aqui, o Brasil estaria pegando fogo", declarou.
Bolsonaro afirmou ainda que existem "críticas infundadas" ao setor do agronegócio brasileiro e voltou a responsabilizar a política de isolamento social pelos índices econômicos atuais. "Aquela política do fica em casa, a economia a gente vê depois está tendo algum reflexo agora. O pessoal parece que esquece que nesse período da pandemia nos endividamos mais de R$ 700 bilhões e passa a criticar o tempo todo que o agronegócio tem que vender aqui para dentro e não para fora", disse.
O presidente citou o caso da soja, que registrou aumento nos últimos meses, para dizer que o mercado interno não é capaz de absorver toda a produção. "A soja toda tem que ser exportada, não tem como se consumir tudo aqui dentro. Outra coisa, eu sou da lei da livre iniciativa, da oferta e da procura. O mercado é que diz se vai ser vendido mais aqui dentro ou mais lá fora", observou.
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