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Bolsonaro: 'o petróleo é nosso ou de um pequeno grupo no Brasil?'

Bolsonaro: 'o petróleo é nosso ou de um pequeno grupo no Brasil?'

Presidente diz que é possível reduzir em ao menos 10% preço de combustível sem 'canetada' do governo federal e critica falta de transparência nos reajustes

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 13:12- Atualizado há 4 anos

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Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
Jair Bolsonaro voltou a criticar a atuação de órgãos públicos dizendo que muitos têm responsabilidade sobre os preços altos. (Marcos Correa/PR)

O presidente da República, Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 22, ser possível reduzir em ao menos 10% o preço dos combustíveis sem "canetada" de sua parte e voltou a criticar a atuação de órgãos públicos que têm responsabilidade sobre o item. Bolsonaro disse precisar "descobrir" sozinho sobre questões que, segundo ele, impactam no valor do combustível.

Ele ainda disse que não pretende mudar a política de preços, mas afirmou que falta transparência nos reajustes aplicados pela petroleira. Ele ainda questionou aos seus apoiadores na porta do Palácio da Alvorada se o petróleo: "é nosso ou ou de um pequeno grupo".

Ele ainda criticou os altos salários dos diretores da empresa, que tem uma fatia estatal e parte do setor privado. Ele ainda foi enfático ao alfinetar o ex-presidente da Petrobras, Castello Branco, por trabalhar em casa, no home office, por causa da pandemia da Covid-19. "Pode até estar fazendo um bom trabalho de casa. Mas para mim não justifica essa ausência da empresa", afirmou.

O presidente citou novamente Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), assim como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que é vinculado ao Ministério da Economia, e disse que mudanças serão feitas no governo "sempre que se fizer necessário".

"E vários órgãos do governo, eu sou responsável, não faziam nada Absolutamente nada. Um não é do governo, é a ANP, que tem a missão de controlar ali a qualidade do combustível. Do nosso lado, o Inmetro é o volume. A questão das notas fiscais, a bitributação e a receita. No fundo ninguém fazia nada. E eu tenho que descobrir sozinho, isso. Então a gente vai mudar. Mudanças teremos no governo sempre que se fizer necessário", disse o presidente da República a apoiadores nesta segunda.

Ao falar sobre uma redução no preço do combustível "sem canetada", Bolsonaro citou, por exemplo, a bitributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é alvo do governo federal a partir de um projeto de lei enviado ao Congresso há duas semanas. O assunto mexe com a arrecadação dos Estados.

"Você quando bota 30 litros no seu carro, não sabe se entrou 30 litros de verdade, sabe? Você não sabe se o combustível que você botou está ou não está batizado. Você não sabe. A margem de lucro da distribuidora, os ganhos dos donos de postos de combustível, o preço dos impostos. O valor dos impostos você não sabe. E o que acontece com os impostos? Eles são bitributados. O ICMS, por exemplo, ele incide não só em cima do preço do combustível na refinaria, bem como em cima da margem de lucro dos postos, da margem de lucro das transportadores, bem como em cima de PIS/Cofins, e incide sobre o próprio ICMS. Então se você jogar em cima disso daí, no mínimo 10% reduz o preço dos combustíveis na ponta da linha", afirmou o presidente.

Como mostrou o Broadcast no período da manhã desta segunda-feira, Bolsonaro ainda negou que exista em curso uma interferência sua na Petrobras, mas voltou a deixar clara sua insatisfação com a política de preços adotada pela estatal, que entrou na mira do presidente nos últimos dias. Ele também o fato de o atual chefe da estatal, Roberto Castello Branco, ter optado pelo home office desde o início da pandemia de covid-19, o que ele disse ser "inadmissível".

No embalo, Bolsonaro voltou a criticar as iniciativas de distanciamento social em razão da pandemia e afirmou que querem culpá-lo pelo o que ele considera serem efeitos econômicos dessas políticas. "Querem culpar a mim [sobre] a inflação Querem culpar a mim a questão do aumento do preço de muita coisa. Sim, em especial alimentação. O desemprego também querem culpar a mim. Quem fechou o comércio não fui eu. Desde o começo eu falei que não podíamos fechar o comércio. Deviam tratar a questão do vírus e do desemprego com a mesma responsabilidade e de forma simultânea", disse.

E concluiu: "A maioria da população brasileira não pode ficar em casa. Não vai aparecer comida na geladeira deles. Ele tem que se virar, correr atrás. Agora a política, completamente, - para ser educado - equivocada, levou o Estado para a situação que nós nos encontramos. Se não fosse trabalho nosso, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), ajuda a governadores, a prefeitos, entre tantas outras medidas, estaria uma desgraça o Brasil. Estaria o padrão Venezuela, hoje em dia."

Com informações da Agência Estado e de outras agências.

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