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Bolsonaro pede que supermercados cortem lucro para manter preços

Bolsonaro pede que supermercados cortem lucro para manter preços

Em evento com empresário do setor, Bolsonaro ainda disse que "em momentos difíceis, entendo que todos nós temos de colaborar".

Publicado em 9 de junho de 2022 às 17:21

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quinta-feira (9) para empresários de supermercados reduzirem o lucro sobre a cesta básica com o objetivo de conter a alta dos preços sentida pela população.

O pedido foi feito durante evento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), do qual participou virtualmente.

Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro. (Agência Brasil | Tânia Rêgo)

"O apelo que eu faço para os senhores, para toda a cadeia produtiva, é para que os produtos da cesta básica obtenham o menor lucro possível, para a gente poder dar satisfação a parte considerável da população, em especial os mais humildes."

Bolsonaro ainda disse que "em momentos difíceis, entendo que todos nós temos de colaborar".

"Sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído mais. Vocês já têm colaborado nesse sentido, mas colaborem um pouco mais na margem de lucros dos produtos da cesta básica."

O presidente destacou que os preços do óleo de soja, ovo, leite, açúcar e café são considerados por ele os atuais "vilões" da cesta básica.

"Se for atendido, agradeço muito; se não for, é porque não é possível", concluiu.

Apesar do apelo, as empresas pedem soluções para conter os preços. O presidente da associação de supermercados Abras, João Galassi, defendeu mais no mesmo evento que a nova tabela de preços da indústria para o varejo fique só para 2023.

"Considerando que não incide impostos federais sobre a cesta básica, como podemos oferecer os itens da cesta básica a menor custo? Não podemos ficar de braços cruzados aguardando uma solução", disse.

"Após nossa primeira sessão temática, que será justamente a redução de custos através da reforma tributária, peço às autoridades e líderes que nos debrucemos para solucionar a urgência do momento. A sociedade precisa da cadeia nacional de abastecimento. Quero lançar um desafio: nova tabela só em 2023", disse Galassi no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento.

A escala dos preços é uma das principais preocupações de Bolsonaro na corrida eleitoral.

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou para 0,47% em maio, informou nesta quinta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da desaceleração, os preços do grupo alimentos e bebidas continuam aumentando. A alta foi de 0,48% em maio, depois de uma variação de 2,06% em abril.

De acordo com o IBGE, os preços de alguns alimentos, como a cenoura (aumento de 116,37% em 12 meses), subiram muito e têm a base de comparação muito alta. Já valores como o do leite continuam subindo devido ao período de entressafra, com pastagens mais secas, e à inflação de custos com a elevação dos preços de commodities como milho e soja, usadas na ração animal.

Por outro lado, houve quedas em tomate (-23,72%), batata-inglesa (-3,94%) e cenoura (-24,07%). O trio vinha de fortes altas em meses anteriores, devido a restrições de oferta geradas por temporais ou seca em regiões produtoras.

Bolsonaro chegou no início da tarde desta quinta-feira (9) aos Estados Unidos, onde se reunirá com o presidente americano Joe Biden e participará da Cúpula das Américas.

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