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BR Distribuidora pode vender as ações da ES Gás

BR Distribuidora pode vender as ações da ES Gás

A empresa possui 49% das ações da estatal criada para o fornecimento de gás no Espírito Santo, mas passou por um processo de privatização, e pode vir a comercializar sua parte

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 15:26

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ES Gás deve começar a operar na distribuição de gás natural a partir de janeiro. (Agência Petrobras)

A BR Distribuidora, acionista da ES Gás junto com o governo do Espírito Santo, pode vender sua participação, ou parte dela, na empresa recém-criada. Isso porque a empresa definiu um novo conselho administrativo que pode alterar os rumos da empresa após o processo de privatização da BR Distribuidora. Os novos conselheiros podem tanto optar pela venda das ações quanto por continuar com a sociedade.

Por meio de fato relevante distribuído aos investidores na noite desta quarta-feira (18) a empresa anunciou que o presidente do conselho será Edy Luiz Kogut, engenheiro civil e ex-diretor da holding do Grupo Camargo Correa (1996-2003). O conselho fiscal da empresa também foi alterado, ficando a cargo de Maria Salete Garcia Pinheiro, auditora independente com 38 anos de experiência no mercado brasileiro. 

Apesar de admitir não saber quais serão os interesses dos novos gestores, a possível mudança não preocupa o presidente ES Gás, Heber Resende. "Essa é uma nova realidade. A gente não sabe o que a nova direção da empresa pensa sobre a distribuição de gás no Espírito Santo. A gente não sabe se eles vão gostar por ser uma atividade diferente, ou se vão achar que não pertence ao negócio deles e irão vender", comentou o ex-chefe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento.

"Há um acordo firmado entre os acionistas que prevê que, em caso de venda, a preferência de compra é do outro acionista. No caso, se a BR Distribuidora quiser vender, nós temos a preferência. O mesmo acontece se o governo do Estado quiser vender as ações. Neste caso, a preferência seria da BR Distribuidora", explica Heber.

Mesmo tendo preferência de compra, o presidente da ES Gás admite que, no momento, o Estado não tem interesse em ficar com a totalidade da empresa. "Não creio que o governo vá comprar. Não é bom estar sozinho em um empreendimento tão grande. É bom ter sócios para dividir riscos e benefícios", acrescentou o presidente da ES Gás.

Atualmente, o governo estadual possui 51% das ações, enquanto a BR Distribuidora tem 49%. Procurada, a BR Distribuidora não respondeu até a publicação desta matéria. Assim que houver posicionamento a matéria será atualizada.

VENDA

Caso a BR Distribuidora decida mesmo vender sua parte na ES Gás, o procedimento será o seguinte: primeiro a empresa faz uma cotação de mercado para ver quanto os potenciais investidores estariam dispostos a pagar pelas ações - sejam elas totais, os 49%, ou uma fatia deste total.

Feito isso, a empresa leva o valor ao governo do Estado. Se houver interesse e o valor for compatível com o que o governo julga dentro da realidade, a compra pode ser feita. Caso a direção da ES Gás julgue que o valor não é o correto, ou se não houver interesse na compra, a BR Distribuidora pode voltar ao mercado para fazer a venda a terceiros.

"Para o governo do Estado não muda absolutamente nada. Se a BR Distribuidora resolver vender sua parte na ES Gás, os próximos administradores vão precisar respeitar o mesmo acordo de acionistas que já está em vigência", garantiu Heber Resende.

OPERAÇÃO

A expectativa é que a ES Gás entre, efetivamente em operação em Janeiro de 2020. Até lá, segundo informou o presidente, a empresa ficará numa fase pré-operacional. "Antes de entrar na fase operacional é preciso cumprir uma série de regulamentos, normas de segurança, contratar pessoas, comprar equipamentos. É nessa fase que estamos", disse Heber.

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"Estamos almejando que em janeiro comecemos a operar, efetivamente, a distribuição de gás, mas daqui até lá vamos fazer a parte burocrática", concluiu.

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