A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o Brasil poderia intensificar a produção de comida para atender mercados internacionais "sem derrubar uma árvore sequer". Segundo ela, seria uma forma de otimizar o uso global de recursos naturais.
A ministra alegou que apenas 8% do território brasileiro é ocupado por lavouras e que elas "ainda não atingiram a plenitude de sua produtividade".
"Podemos crescer muito mais com as tecnologias que vem sendo desenvolvidas", disse em evento virtual promovido pela CBI (Climate Bonds Initiative), realizado nesta terça-feira (23).
Também sobre crescimento sustentável, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o governo estuda que o Brasil seja centro de negociação de carbono.
"Quando estávamos discutindo, no começo do governo, formas de atuar e colocar o país no mapa, uma das ideias que foram apresentadas, e ainda está em estudo, é que o Brasil fosse um centro negociador de carbono", disse.
Ele falou ainda sobre a importância da precificação do carbono e sobre a relevância desses números para o mercado financeiro.
"É muito difícil falar sobre uma coisa que não tem preço, não sabe relações de demanda, oferta e estabilidade daquele elemento", afirmou.
"Uma das formas de ajudar a governança climática é ter certeza de que as coisas têm precificação. Hoje só 20% da emissão de carbono está sujeita à precificação."
Campos Neto afirmou também que o país tem participação pequena no mercado de títulos verdes. Segundo ele, são negociados US$ 541 bilhões desses papéis no mundo, enquanto o Brasil representa apenas US$ 1,5 bilhões.
"Temos, devemos e podemos participar mais desse mercado", disse durante o evento que discutiu o direcionamento de investimentos para a agricultura sustentável.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que também participou do evento, disse que o país está se inserindo cada vez mais no mercado de títulos verdes. "A gente vem quebrando recordes de safras ano após ano e infraestrutura está permitindo escoamento dessa produção", afirmou.
Sobre a pandemia, Tereza Cristina ainda afirmou que as propagações recentes decorreram de zoonoses virais pelo manejo inadequado de animais para consumo humano.
"Basta lembrar que todas as pandemias vividas recentemente decorrem de zoonoses virais das quais a maioria delas surgem a partir do manejo insustentável de animais criados de maneira inadequada para o consumo humano", declarou.
"Na mitigação desse risco a agropecuária brasileira tem enorme contribuição a dar, proporcionando ao mundo alimentos seguros", completou.
Ela garantiu que o país tem procedimentos seguros. "Aqui no Brasil já temos protocolos que garantem animais sadios a partir da integração entre lavoura, pecuária e floresta desenvolvida pela Embrapa e que necessitam de apoio para serem universalizadas pela nossa agropecuária."
"Estamos passando por um triste período de pandemia e a humanidade não pode mais passar por essa experiência em todos os aspectos da vida humana", lamentou.
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