A greve dos caminhoneiros, que no ano passado deixou rastros de prejuízos bilionários em todo o país, mostrou como há ainda uma grande dependência de inúmeros setores da economia pelo transporte rodoviário.
Mas o investimento no uso de tecnologias de inteligência artificial na direção autônoma pode mudar completamente essa realidade no país.
Montadoras brasileiras já têm buscado parcerias para desenvolver caminhões autônomos e robôs. No ano passado, a Mercedes-Benz desenvolveu, junto com uma startup, um caminhão para recolhimento de cana que dispensa o motorista.
A tecnologia, que já vem sendo testada em algumas plantações, garante uma velocidade constante, além de tornar a colheita mais rápida. O caminhão autônomo consegue colher quase o dobro de toneladas de cana do que um caminhão com motorista.
De acordo com o especialista em tecnologia, César Taurion, os impactos vão muito além da substituição de motoristas, que vão precisar se capacitar para assumir novas posições. Com veículos autônomos, as empresas ganham em agilidade e conseguem impedir falhas humanas.
A máquina é precisa, ela é feita para que não cometa erros comuns do ser humano. O motorista não consegue dirigir por 24 horas, não consegue ter a mesma agilidade de uma direção autônoma. Isso é uma realidade cada vez mais próxima e que beneficia não só as empresas, mas o dia a dia da população, declarou.
STARTUP E APLICATIVOS: NOVAS HABILIDADES
A utilização de tecnologias, principalmente a inteligência artificial, para realizar trabalhos repetitivos, que antes eram feitos por trabalhadores braçais, por exemplo, tem gerado novos modelos de trabalho com mais autonomia.
As pessoas passaram a aproveitar essa tecnologia para explorar novas habilidades, empreender e formatar novos negócios, destaca o especialista em tecnologia, César Taurion.
Prova disso, é o crescimento da quantidade de startups e de aplicativos de serviços, pautados por modelos de economia compartilhada. Segundo a gerente de inovação do Senai, Naiara Galliani, a expansão na prestação de serviços por meio de plataformas digitais coloca em xeque o mercado de trabalho formal como o conhecemos hoje.
Essa uberização do mercado, como é chamada, permite às pessoas que estão fora do mercado formal que se encaixem e tenham mais autonomia para desempenhar uma determinada função, comenta Naiara.
EXPANSÃO
Os aplicativos têm ganhado terreno em diversos setores. Há plataformas on-line voltadas para diferentes profissões, como médicos, advogados e esteticistas. Naiara ressalta que esses modelos de negócio se destacam por conectarem pessoas com interesses em comum.
De um lado existe a necessidade de uma pessoa, e do outro alguém que tem disponibilidade para atender a essa necessidade. Com isso, você torna esse serviço mais barato para as pessoas e também mais acessível, diz.
Para especialistas, com o avanço dessas plataformas, a tendência é que cada vez mais pessoas passem a atuar por conta própria, o que pode levar a transformações ainda maiores no mercado.
Serviços onde os aplicativos são bem avaliados e conseguem desempenhar com credibilidade tendem a ser cada vez mais uberizados. A tecnologia está avançando e não somos capazes e nem podemos pará-la, destaca Hugo Tadeu, professor de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta