O preço do petróleo despencou nesta terça-feira (8) com o receio de investidores acerca da demanda global pela matéria-prima. Na segunda (7), a Saudi Aramco, uma das maiores petroleiras do mundo, cortou os preços oficiais de venda de outubro para seu petróleo Arab light, em um sinal de que a demanda pode estar em queda.
A redução nos preços levou o óleo ao quinto pregão seguido de desvalorização. O contrato de barril de Brent (referência internacional) para novembro, mais negociado, caiu 5,3%, a US$ 39,78 (R$ 213,61), menor valor desde junho.
As ações da Petrobras refletiram o movimento. As preferenciais (mais negociadas) caíram 2,88%, a R$ 22,26 e as ordinárias (com direiro a voto), 3,47%, a R$ 22,52, derrubando o Ibovespa, que fechou em queda de 1,18%, a 100.050 pontos.
A estatal anunciou que reduzirá os preços médios do diesel e da gasolina em 5% nas suas refinarias a partir desta quarta (9), na esteira da queda nas cotações do petróleo.
Na semana passada, a Petrobras já havia reduzido o valor do diesel, o combustível mais consumido do país, em 6%. Na mesma oportunidade, a empresa havia cortado o valor da gasolina em 3%.
Com a redução, o novo preço do diesel na refinaria será de cerca de R$ 1,6255 o litro, o menor desde o início de julho. No caso da gasolina, a cotação reajustada será de R$ 1,6813, o menor patamar desde o final de julho.
No ano, a queda acumulada aumentou para cerca de 30% no caso do diesel, e para aproximadamente 12%, para a gasolina.
Em agosto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse que a demanda global por petróleo deve cair mais em 2020 do que previsto antes, com a pandemia de Covid-19, e que uma recuperação no próximo ano enfrenta grandes incertezas.
Os preços do petróleo desabaram neste ano devido aos impactos do coronavírus, que incluíram restrições a viagens e desaceleração da atividade econômica. Embora alguns países tenham aliviado medidas de isolamento, permitindo que a demanda se recupere, a preocupação com novos surtos do vírus tem segurado os preços, o que a Opep espera que continue.
Fora o petróleo, as ações de tecnologia nos Estados Unidos também movimentaram o pregão. Os papéis da fabricante de carros elétricos Tesla recuaram 21%, a maior queda do papel em um pregão, a US$ 330,21 (R$ 1.773), em meio à venda generalizada de empresas com forte valorização nos últimos meses.
Além disso, investidores esperavam que a Tesla ingressasse no índice S&P 500, que reúne as maiores emrpesas dos EUA, depois que a empresa divulgou em julho seu quarto trimestre consecutivo de lucros, eliminando um grande obstáculo para sua inclusão potencial no índice. A empresa comandada por Elon Musk, porém, ficou de fora da nova composição do S&P 500, que fechou emqueda de 2,78%.
Dow Jones recuou 2,25% e Nasdaq, 4,11%, pressionadas pela queda nas ações de tecnologia, que acumularam ganhos expressivos com resultados das companhias acima da expectativa. As ações da Amazon recuaram 4,4% e as da Microsoft, 5,4%. Facebook teve queda de 4%, Google, de 3,6%, e Apple, de 6,7%.
Analistas dizem que ainda não é possível afirmar se a forte e repentina desvalorização no setor é uma bolha que estourou ou apenas realização de lucros.
Investidores também estão receosos quanto à nova rusga de Donald Trump com a China. Na segunda (7), o presidente dos EUA levantou a ideia de separar as economias dos dois países.
Com aversão a risco, o dólar subiu 1,18% ante o real, para R$ 5,3710. O turismo está a R$ 5,5300.
Dentre os destaques na Bolsa brasileira, as ações da Azul lideraram os ganhos, com alta de 6,79%, a R$ 26,26, impulsionadas pela queda no preço do diesel e expectativa de retomada no setor.
A Localiza subiu 5,87%, a R$ 53,73, após anunciar, na sexta (4), pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 65 milhões em 5 de novembro. Poderão receber a quantia de R$ 0,087 por ação os investidores que tiverem o papel na quinta (10).
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