Vindo de perdas de 1,34% e 2,75% nas duas sessões anteriores, o Ibovespa conseguiu recuperação parcial nesta abertura de semana, tendo encerrado o intervalo anterior em retração de 7,28%, maior mergulho semanal desde o auge da percepção de risco sobre a pandemia, em março de 2020. Nesta segunda-feira (25), o índice de referência da B3 subiu 2,28%, aos 108 714,55 pontos, entre mínima de 106.295,68 e máxima de 109.371,98 pontos, saindo de abertura aos 106.297,51 pontos. O giro foi de R$ 37,9 bilhões na sessão e, no mês, o Ibovespa limita a perda a 2,04% - no ano, ainda cede 8,66%.
Desde a manhã, o desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelas ações da Petrobras (ON +6,13%, PN +6,84%), segurando a ponta positiva do índice, em movimento conduzido a princípio por novo reajuste de preços tanto na gasolina como no diesel, a partir desta terça-feira (26). A informação de que o governo estuda vender ações e perder maioria na estatal, segundo apurou a rede CNN, contribuiu para que as ações da empresa acentuassem a alta depois do meio da tarde, levando o Ibovespa acima dos 109 mil pontos nos melhores momentos da sessão.
"Com os investidores em busca de pechinchas após a derrocada recente e a forte alta das ações da Petrobras, o Ibovespa retornou para a faixa de 109 mil pontos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando também a queda do dólar na sessão (-1,27%, a R$ 5,5557 no fechamento), em dia de moderado avanço para a cotação do Brent, perto de US$ 86 por barril.
Além de Petrobras, outro setor de peso, a siderurgia, esteve entre os campeões do dia, com ganhos de até 5,13% (Metalúrgica Gerdau) na sessão, com alívio nos preços das commodities metálicas em meio ao refluxo dos temores quanto ao setor imobiliário chinês, acrescenta Ribeiro.
"A semana é recheada de eventos no Brasil, com destaque para o Copom e dados de emprego - Caged, Pnad - além de números sobre a inflação, como IPCA-15, IGP-M. Houve mudança radical para o Copom de outubro, na semana passada, saindo de 90% de possibilidade para alta de 1 ponto porcentual para a faixa de 15%", diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos. Tal expectativa maior para a Selic em outubro contribuiu para colocar o setor de bancos, ainda muito descontado no ano, em alta de até 2,08% (BB ON) para as maiores instituições, no fechamento de desta segunda.
"Embora ainda haja tensões a respeito do risco fiscal, assim como o futuro do teto de gastos, segue também no radar dos investidores a posição do Banco Central com a Selic na quarta-feira após o fechamento do mercado", observa em nota a Terra Investimentos. Diante da recente sinalização sobre o fiscal, a expectativa é de que a decisão e a mensagem do BC sejam mais enfáticas com relação à meta do próximo ano e a trajetória da taxa básica de juros: a expectativa é de que o aumento da Selic seja de 1,25 ou mesmo de 1,50 ponto porcentual nesta quarta-feira.
De acordo com o Projeções Broadcast, 36 de 43 instituições financeiras, o correspondente a 84% da amostra, esperam alta da Selic de 1,25 ponto porcentual ou mais nesta reunião de outubro
"O cenário ficou bem conturbado na semana passada por conta da flexibilização do teto de gastos, com muitos resultados corporativos importantes nesta semana, entre as quais blue chips Para o Copom, a alta de 1 ponto estava precificada na ata, porém agora, com esse quadro fiscal novo, espera-se aumento de 1,25 a 1,50 ponto porcentual, com estimativa de juros já próxima a 11% para o ano que vem, como forma de conter a inflação, trazendo também algum estímulo para o estrangeiro", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.
Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Suzano (-2,52%), Yduqs (-1,32%) e BRF (-1,27%).
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