Com um salto de 40% no número de mortos e infectados pelo coronavírus chinês de domingo (26) para esta segunda-feira (27), o mercado financeiro opera em aversão a risco. Para investidores, o caso fugiu do controle chinês e pode ter grandes impactos na economia. Até o momento, 81 pessoas morreram e 2.744 foram infectadas.
Analistas avaliam que o dano econômico pode ser maior do que a epidemia do Sars (síndrome respiratória aguda grave) que deixou centenas de mortos em 2003.
"Naquela época, as economias estavam iniciando um movimento de expansão após uma grave crise; hoje, o mundo está exatamente na direção oposta, com as grandes economias lutando para impedir que uma desaceleração mais forte na atividade possa se tornar uma recessão. Caso o Coronavírus estenda seus efeitos, os indicadores econômicos do 1º trimestre podem ser duramente impactados. E com os juros tão baixos mundo afora, os Bancos Centrais podem ter menos ferramentas para estimular as economias", diz relatório da Rico.
Nesta segunda, Bolsas de Valores de todo o mundo operam em forte queda. Europa e Estados Unidos têm os maiores recuos percentuais em mais de três meses: Londres, Paris e Frankfurt recuam 2,5% e Dow Jones e S&P 500, 1,5%. A Nasdaq cai 1,7% e a Bolsa de Tóquio teve queda de 2%.
O mercado acionário chinês permanece fechado pelas comemorações do Ano Novo Lunar até 3 de fevereiro. À princípio, as atividades retornariam nesta quinta (30), mas o governo estendeu o feriado de modo a conter o vírus.
No Brasil, o Ibovespa recua 2,5%, a 15.345 pontos, menor patamar desde 20 de dezembro. Com a queda de 2% do barril de petróleo, as ações da Petrobras caem 3,6%.
A cotação do dólar comercial sobe 0,9%, a R$ 4,225, maior valor desde 29 de novembro. O turismo está a R$ 4,39. A grama do ouro sobe 0,94%, a R$ 214,00.
Em momentos de aversão a risco, investidores tendem a vender ações e comprar ativos mais seguros, como ouro e dólar.
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