O mercado brasileiro foi impactado pelos protestos na América Latina e pela incerteza quanto a um acordo comercial entre China e Estados Unidos nesta terça-feira (12). A Bolsa brasileira caiu 1,49% e foi a 106.751 pontos, menor patamar desde 21 de outubro.
O dólar subiu 0,62% e voltou a R$ 4,1680, mesmo valor da última sexta (8), com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão.
A terça-feira foi marcada por uma greve geral no Chile, após o presidente Sebastián Piñera anunciar o início do processo para mudar a Constituição, uma herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). O processo não será com uma Assembleia Constituinte --como solicitado nas ruas--, mas com um Congresso Constituinte, cujos detalhes e composição ainda não estão definidos.
A mudança constitucional assusta investidores, que não sabem o que esperar do novo texto. No país, o dólar subiu 3% sessão e foi a 783,82 pesos, máxima histórica. O risco-país chileno medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos disparou 12%, a 47 pontos, maior valor desde junho.
Na Bolívia, a senadora Jeanine Añez, 52, que diz ser a próxima na linha de sucessão na Bolívia depois da renúncia de Evo Morales no domingo (10), tenta aprovar a renúncia do presidente na Assembleia Legislativa em sessão extraordinária marcada para esta terça. Por enquanto, o país está sem comando.
Além das tensões na América Latina, investidores estão inseguros quanto a "fase 1" do acordo comercial entre China e Estados Unidos. Em discurso nesta terça, o presidente americano, Donald Trump, disse que o acordo pode acontecer em breve e que na falta de um entendimento, novas tarifas serão aplicadas aos chineses.
Trump não mencionou as tarifas que os EUA pretende implementar esta semana sobre carros e autopeças importadas da União Europeia, que tem sido adiada, mas voltou a criticar as praticas comerciais europeias.
Depois do discurso sem grandes novidades, o índice Dow Jones fechou estável, enquanto o S&P 500 teve leve alta de 0,16%.
No Brasil, o Ibovespa caiu 1,49%, a 106.751 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,880 bilhões, acima da média diária para o ano.
O setor bancário também contribuiu para a queda. Com o corte pela metade a taxa de juro do cheque especial da Caixa Econômica Federal, as ações dos bancos, de grande peso para o índice, tiveram quedas superiores a 1% na sessão.
Fora que o mercado monitora a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL, o que pode atrasar a reformas preteridas pelo governo e prejudicar a articulação política do planalto.
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