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Congresso aprova LDO para 2025 às vésperas de recesso parlamentar

Congresso aprova LDO para 2025 às vésperas de recesso parlamentar

Lei que define as bases do Orçamento foi aprovada com meses de atraso; proposta incorpora regra para estatais

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 14:49

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BRASÍLIA - O plenário do Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (18) o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2025 com meta fiscal zero, R$ 30,9 bilhões de déficit fora da regra fiscal e autonomia para estatais dependentes do Tesouro.

A aprovação em sessão conjunta foi concluída com quase cinco meses de atraso. A Constituição Federal prevê que esse projeto seja aprovado antes do recesso parlamentar de julho. O impasse com o bloqueio do pagamento de emendas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) praticamente paralisou o trabalho no Legislativo.

Sessão conjunta do Congresso Nacional
Aprovação da LDO no Congresso foi concluída com quase cinco meses de atraso. (Bruno Spada/Agência Câmara)

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a se preparar para um cenário em que nem LOA (Lei Orçamentária Anual) nem LDO fossem aprovadas neste ano. Um dispositivo para garantir a execução provisória do Orçamento foi incluído no projeto de lei de renegociação de dívidas dos estados.

Essa proposta foi aprovada na terça (17) no Senado. Com o avanço do relatório da LDO na Comissão Mista de Orçamento, o jabuti foi retirado. A LDO define os parâmetros do Orçamento e fixa regras para pagamento de despesas, benefícios sociais e investimentos.

O texto aprovado nesta quarta-feira (18) manteve a margem de tolerância equivalente a 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto), para mais ou para menos, para que a meta fiscal ainda seja considerada respeitada, evitando assim a obrigação de congelar despesas.

O governo conseguiu evitar uma alteração que só permitiria o uso dessa margem inferior a partir de outubro, quando já haveria avaliação das contas do quinto bimestre.

A LDO considera um déficit de R$ 30,9 bilhões que fica fora da meta de resultado primário. Também foram mantidos os resultados de estados e municípios, o déficit de R$ 6,2 bilhões das estatais e despesas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de até R$ 5 bilhões.

O projeto aprovado na Comissão Mista de Orçamento incluiu a previsão de que o pagamento de emendas impositivas poderia ser reduzido "na mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas primárias discricionárias".

Por acordo de líderes, as emendas foram excluídas da previsão de contingenciamento durante a votação no plenário.

Ainda sobre emendas, a LDO prevê que o governo poderá suspender o pagamento das individuais caso o parlamentar beneficiado não apresente o plano de trabalho. Esse cronograma foi previsto na lei de emendas e nas determinações do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), que cobrava mais transparência nessas transferências.

Os dispositivos sobre emendas foram alvos de críticas na Comissão Mista de Orçamento e na discussão em plenário. Um dos focos de descontentamento é a previsão de que após a publicação do Orçamento, caberá aos líderes partidários a indicação dos beneficiários e da ordem de prioridade para a destinação das emendas de comissão.

A líder do Novo na Câmara, Adriana Ventura (SP), considerou que, com o dispositivo, houve a formalização de um novo balcão de negócios das emendas.

A LDO também incorporou o pedido do governo para aumentar a autonomia das estatais, medida vista como problemática por técnicos da CMO.

A secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos Elisa Leonel esteve reunida com parlamentares e o corpo técnico da comissão horas antes da aprovação do relatório final, na terça.

Ao sair, ela disse que o encontro buscou deixar claro que mecanismos de controle e transparência ainda seriam aplicados e que a mudança busca somente dar mais condições às estatais dependentes buscarem meios de independência.

"Tinha uma incompreensão e hoje a gente conseguiu explicar bem aos deputados. Não diminui a transparência, porque o orçamento das estatais não dependentes é aberto. É uma peça própria, que é o orçamento de investimentos, e o PDG, que é o programa de dispêndios globais.", disse Elisa.

A proposta para as estatais interessa principalmente à Telebras. A empresa do setor de telecomunicações chegou a ser colocada no plano de desestatização do governo Jair Bolsonaro (PL). No ano passado, saiu do programa, assim como os Correios.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias também incluiu uma lista de despesas que não ficarão sujeitas a contingenciamento. Estão na relação despesas como as de universidades federais, programas de proteção a populações indígenas, a defensores de direitos humanos, ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente, o Fundo Nacional do Idoso e despesas com prevenção e mitigação de desastres naturais.

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