O Congresso frustrou o prazo para aprovação da reforma tributária estipulado pela cúpula do Legislativo. No dia 4 de fevereiro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), anunciaram um acordo para aprovar uma ampla mudança no sistema de tributos do país em um prazo de seis a oito meses. O tempo limite se esgotou e nada foi aprovado.
Nesta terça-feira (5), o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) vai apresentar o parecer da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110, uma das medidas em tramitação no Congresso.
Não há nenhuma garantia, no entanto, que a alteração vai ser aprovada. A PEC ainda não está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Mais cedo, o próprio presidente do Senado se antecipou e citou uma série de obstáculos para a reforma tributária. As divergências entre setores empresariais, a resistência de municípios maiores com eventuais perdas na arrecadação do ISS e o ano pré-eleitoral estão entre os impasses.
Pacheco evitou garantir a votação neste ano. "Isso tudo dificulta a discussão, mas não podemos deixar de ter propósito", afirmou Pacheco, manifestando apoio à PEC 110.
Sem uma reforma tributária ampla, a cúpula do Congresso negocia a reforma do Imposto de Renda e o novo Refis até o fim de 2021.
Enquanto o projeto do IR foi aprovado na Câmara e aguarda votação no Senado, o Refis passou pelo Senado e ainda não andou na outra casa.
Nos bastidores, a percepção é que uma reforma ampla "subiu no telhado" e que haverá intensa negociação para alterações desses dois projetos mais específicos.
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