Os ataques com drones contra refinarias no sábado (14) voltaram os olhos para a Arábia Saudita, de onde é a Saudi Aramco, companhia petrolífera estatal da região e a maior do ramo do mundo em termos de reservas de óleo cru e de produção. A empresa foi a mais lucrativa do mundo em 2018, com US$ 224 bilhões, quase três vezes maior que o da Apple.
O atentado do fim de semana, que teria como autores os rebeldes houthi do Iêmen, provocou a suspensão da metade de sua produção, isto é, 6% do abastecimento mundial, o que faz temer uma perda de confiança dos investidores em um momento em que a maior e mais rentável empresa energética do mundo se prepara para ser negociada na bolsa.
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A Aramco está se preparando para lançar ações na bolsa no ano que vem ou em 2021 e os ataques podem dificultar esses planos.
HISTÓRIA
A história da gigante do petróleo começa com um acordo de concessão assinado em 1933 pelo governo saudita com a americana Standard Oil Company of California. A prospecção começou em 1935 e três anos depois, o petróleo começou a jorrar. A Aramco produziu uma riqueza colossal para a Arábia Saudita desde a descoberta da primeira jazida no país em 1938, denominada "poço da prosperidade".
Em 1949, a produção de petróleo atingiu o nível recorde de 500 mil barris por dia e seguiu aumentando após a descoberta de outros grandes campos petrolíferos, como Ghawar, o maior do mundo, com reservas comprovadas de 60 bilhões de barris.
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Em 1973, em pleno boom dos preços do petróleo, vinculado ao embargo árabe do ouro negro contra os Estados Unidos por seu apoio a Israel, o governo saudita adquiriu 25% da Aramco, com os quais o percentual do estado chega a 60%, tornando-o acionista majoritário.
Em 1980, a empresa foi nacionalizada e oito anos depois, rebatizada de Saudi Arabian Oil Company ou Saudi Aramco.
EXPANSÃO
Desde os anos 1990, a Aramco investiu centenas de bilhões de dólares em projetos de expansão e sua capacidade de produção atual é de 12 milhões de barris diários.
Hoje, a Aramco possui 260 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo, tornando a Arábia Saudita o segundo país com as maiores reservas do mundo, atrás da Venezuela A empresa também tem filiais e refinarias em outros países e redes de oleodutos nacionais e internacionais.
Em abril passado, o grupo publicou suas contas pela primeira vez e anunciou um lucro líquido de US$ 111,1 bilhões em 2018, uma cifra 46% superior à do ano anterior, e renda anual de US$ 356 bilhões.
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A transparência em suas contas é um pré-requisito para seu lançamento na bolsa, uma etapa considerada a pedra angular de um plano de reformas chamado "Visão 2030", liderado pelo príncipe-herdeiro Mohamed bin Salman para diversificar uma economia muito dependente do petróleo.
Riad espera obter US$ 10 bilhões nesta operação, com a venda de 5% de seu capital. Sua entrada na bolsa foi atrasada em várias ocasiões, devido a condições pouco favoráveis dos mercados.
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