Com as dificuldades sofridas pelo setor industrial, a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, que foi de 2,5% no segundo trimestre em comparação com os três meses anteriores, foi liderada pelo consumo das famílias. No período, houve aumento tanto no comércio varejista (2,3%) quanto no setor de serviços (0,9%).
Segundo o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a manutenção de uma variação positiva desses setores é provocada pela retomada do emprego. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), aumentou em 69 mil o número de pessoas ocupadas no segundo trimestre deste ano em relação ao período anterior. O aquecimento foi sentido tanto nos segmentos formais quanto nos informais.
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Temos trabalhado com um saldo positivo até em categorias que eram tipicamente informais, como as empregadas domésticas. Mais formalização significa mais pagamento de impostos e mais renda, afirma o coordenador de Estudos Econômicos do instituto Antonio Ricardo Freislebem da Rocha.
Quando analisados os últimos quatro trimestres, o varejo capixaba manteve-se na liderança nacional com o maior crescimento dentre as unidades da federação (+9,4%). O desempenho dos demais Estados da região Sudeste ficaram abaixo da média nacional de +3,7%: São Paulo (+5,5%), Rio de Janeiro (+1,0%) e Minas Gerais (+0,3%).
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Os setores de bens duráveis, que são influenciados pelo crédito, foram os que mais se destacaram, no acumulado em quatro trimestres: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve o maior acréscimo (57,3%); veículos, motocicletas, partes e peças (14,7%); e móveis e eletrodomésticos (12,9%). Dados do Banco Central apontam para uma elevação das operações de crédito no Espírito Santo, ao mesmo tempo em que houve uma redução na taxa de inadimplência.
Para o presidente do IJSN, Luiz Paulo Velloso Lucas, como o setor industrial do Estado tem apresentado performance pior do que o nacional, a expectativa é de que o consumo dos trabalhadores e suas famílias mantenham o crescimento do PIB capixaba acima do brasileiro. Quando cresce o emprego, as famílias vão consumindo bens duráveis e construindo. É daí que está saindo a energia da economia capixaba hoje, afirmou.
O setor de serviços apresentou alta de 0,9% no segundo trimestre deste ano em comparação ao trimestre imediatamente anterior. No entanto, na análise da variação acumulada em quatro trimestres, o volume de serviços no estado do Espírito Santo, teve redução de 1,6%. A queda foi impulsionada pela redução de 11,5% nos serviços chamados de profissionais, administrativos e complementares, que englobam, por exemplo, os de vigilância, limpeza e cobrança bancária.
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