O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 2% ao ano. O anúncio foi feito no final da tarde desta quarta-feira (20). A decisão foi unânime.
A taxa é a menor da história da Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. É a quarta reunião seguida sem mudanças na Selic, após nove cortes consecutivos.
O Copom avaliou que, no cenário externo, o aumento do número de casos e o aparecimento de novas cepas do vírus têm revertido os ganhos na mobilidade e isso pode afetar a atividade econômica no curto prazo.
No entanto, o comitê avalia que novos estímulos fiscais partindo de alguns países desenvolvidos, unidos à implementação dos programas vacinação contra a Covid-19, ajudem em uma recuperação econômica a médio prazo.
Em relação à economia brasileira, o comitê pondera que, apesar dos indicadores positivos em relação a 2020, há incerteza sobre o ritmo de crescimento para o 1º trimestre deste ano com o fim do auxílio emergencial e o aumento do número de casos de Covid-19.
A definição acontece em meio a pressão inflacionária com a elevação no preço de commodities internacionais, que têm reflexos sobre os preços de alimentos e combustíveis. No entanto, avalia que "os choques atuais são temporários, ainda que tenham se revelado mais persistentes do que o esperado".
Com o choque recente nos preços, o mercado tem aumentado as expectativas de inflação para o fechamento deste ano e para o próximo. Para 2021, a projeção do Copom é que a Selic seja elevada até 3,25% ao ano, aumentando para 4,75% ao ano em 2022.
A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.
A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, garantindo que ela fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.
Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.
A previsão do mercado financeira no boletim Focus desta semana é que a mediana da inflação feche o ano em 3,4%. Já a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em 2021 está em 3,25%.
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