Com o temor de investidores ao impacto econômico do coronavírus, o dólar fechou em alta de 1,3%, a R$ 4,451 nesta quarta-feira (26) pós carnaval. Na máxima, chegou a R$ 4,455, segundo cotação da CMA. O turismo está a R$ 4,65 na venda.
Os patamares são os maiores valores da moeda americana desde o Plano Real. O recorde do dólar, porém, é nominal. Em termos reais (corrigidos pela inflação), a moeda americana ainda está longe de sua máxima de 2002. Se for considerado apenas o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, o pico de R$ 4 naquele ano, equivale a cerca de R$ 10,80 hoje. Caso também seja levada em conta a inflação americana, o valor corrigido seria cerca de R$ 7,50.
Na sessão, negativa para as principais moedas globais, o real foi a moeda emergente que mais se desvalorizou.
A Bolsa brasileira também reflete a aversão a risco e cai 7,0%, a 105.718 pontos, menor patamar desde novembro.
A queda é a maior desde o Joesley Day, quando a Bolsa caiu 8,8% após divulgação de uma gravação comprometedora entre o presidente e o empresário Joesley Batista, em maio de 2017.
A Bolsa e o dólar refletem a fuga de investidores para ativos de segurança nos últimos dias, devido ao aumento de casos do coronavírus fora da China, especialmente na região mais industrializada da Itália, e ao surgimento do primeiro caso no Brasil.
No mercado, aumenta a percepção de que o crescimento da economia global pode ser menor que o esperado para este ano.
Para conter a alta do dólar, o Banco Central anunciou leilão extraordinário de 10 mil contratos de swap cambial nesta quarta, das 13h30 às 13h40, que totalizam US$ 500 milhões. Na quinta (26) serão ofertados 20 mil contratos das 9h30 às 9h40, que equivalem a US$ 1 bilhão.
Na prática, a operação promove o aumento da oferta da moeda, já que o BC oferece contratos que remuneram o investidor pela variação cambial, o que ajuda a reduzir o preço do dólar.
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